Revista Exame

O apetite dos chineses por empresas cresceu (e está diferente)

No ano passado, os setores de eletrônicos e de energia foram os mais visados pelas empresas chinesas

Linha de transmissão da  State Grid: Chinesa é favorita para o maior lote, com R$ 18 bi de investimentos  (China Daily/Divulgação)

Linha de transmissão da State Grid: Chinesa é favorita para o maior lote, com R$ 18 bi de investimentos (China Daily/Divulgação)

FS

Filipe Serrano

Publicado em 19 de junho de 2017 às 11h29.

Última atualização em 19 de junho de 2017 às 17h28.

São Paulo – A China tem despontado como uma grande compradora de empresas estrangeiras no mundo. Apenas em 2016, mais de 145 bilhões de dólares foram gastos por companhias chinesas para adquirir negócios fora do país — um número inédito. Além de aumentar o valor das aquisições, mudou o perfil das empresas mais visadas pelos chineses.

Se, em 2010, o foco estava em setores como petróleo, gás, mineração e eletricidade, hoje o de eletrônicos é o mais procurado. Segundo um estudo recente da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o clube dos países ricos, isso revela uma mudança de estratégia do próprio governo chinês, que agora busca melhorar a capacidade tecnológica das companhias do país comprando empresas estrangeiras.

A OCDE afirma que há um problema nessa onda de aquisições. Como a maioria das companhias compradoras são estatais — que recebem todo tipo de vantagem do governo —, existe o risco de que vários mercados no mundo passem a sofrer uma concorrência desleal. Para a OCDE, uma solução é os países adotarem regras de concorrência comuns e novas regulamentações para tornar a gestão das estatais mais transparente e livre de interferência política. Só falta combinar com a China.

Acompanhe tudo sobre:ChinaConcorrênciaFusões e AquisiçõesOCDE

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda