Sede da Sabin, em Brasília: os funcionários participam da produção dos cursos corporativos (Cristiano Mariz / EXAME)
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2016 às 18h19.
São Paulo – Os diretores da rede de laboratórios de análises clínicas Sabin, com sede em Brasília, decidiram, em 2010, que a empresa daria início a um plano de expansão. Uma das condições para o sucesso dessa empreitada seria treinar, de forma mais assídua e estruturada, os funcionários.
Até então esses treinamentos aconteciam esporadicamente, quando, por exemplo, a companhia adicionava ao portfólio um novo exame. Para isso, foi decidido que uma universidade corporativa seria criada para oferecer uma ampla grade de cursos fundamentada nas deficiências que os executivos observavam nos funcionários.
Nos últimos cinco anos, a Sabin adquiriu oito concorrentes e passou a operar em oito estados, além do Distrito Federal. Com isso, o número de funcionários mais que triplicou — são 3 100. Em janeiro de 2015, ao discutir uma nova onda de aquisições, a eficácia dos treinamentos foi novamente colocada à prova.
“Não tínhamos mecanismos para medir o real aproveitamento dos conteúdos pelos profissionais”, diz Lídia Abdalla, presidente da Sabin, empresa que fatura 560 milhões de reais. Uma equipe foi montada para se dedicar à educação corporativa e conduzir uma série de melhorias. Veja o que mudou e os resultados conquistados desde a criação da universidade.
Em 2015, testes passaram a medir a absorção de conhecimento dos funcionários em cada treinamento. Caso não atinja a nota mínima no primeiro módulo de um curso, o profissional precisa repeti-lo antes de seguir adiante. Foi criado pela área de RH um ranking de assiduidade e desempenho, na universidade, que influencia a promoção dos funcionários.
Agora os empregados podem participar como roteirista ou personagem dos vídeos gravados para alguns dos treinamentos — quase 70% dos conteúdos são produzidos internamente. Para temas como ética e liderança, a empresa compra cursos prontos de profissionais que são referência, como os professores Mário Sérgio Cortella e Pedro Mandelli.
A frequência de inclusão de novos cursos passou de um por trimestre para dois por mês — atualmente, há 25 opções. Conteúdos com pouco acesso são substituídos ou descontinuados. Metade dos cursos só está disponível online e, cada vez mais, a empresa faz uso de jogos e de narrativas de histórias reais para tornar os conteúdos mais interativos.
Com a criação da universidade corporativa, mais funcionários aderiram aos cursos, e a participação em treinamentos aumentou de 73% a 95%. Com as melhorias introduzidas em 2015, a dedicação aos cursos também cresceu. Em 2016, em projeção com base no primeiro trimestre, a média de horas subiu para 300, três vezes mais que em 2010.