Revista Exame

Conheça os melhores fundos de ações long bias em 2022

Ibiuna Investimentos foi a vencedora dessa categoria do Melhores do Mercado, da EXAME; leia o depoimento dos gestores à frente dos 3 fundos premiados

André Lion, CIO e gestor da estratégia de ações da Ibiuna Investimentos (Germano Lüders/Exame)

André Lion, CIO e gestor da estratégia de ações da Ibiuna Investimentos (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 22 de março de 2023 às 06h00.

Última atualização em 22 de março de 2023 às 06h48.

A Ibiuna foi a vencedora da categoria fundos de ações long bias na premiação Melhores do Mercado da EXAME, relativa ao ranking mais tradicional da indústria de fundos de investimento do país. A gestora foi premiada com o fundo Ibiuna Long Biased em ranking elaborado pelo BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME), partindo de uma metodologia definida pela EXAME com a ajuda de especialistas em investimentos. Na segunda colocação ficou o fundo Navi Long Biased, da Navi, seguido pelo SPX Falcon, da SPX.

Veja abaixo os depoimentos em primeira pessoa dos gestores à frente dos três fundos premiados da categoria, em que eles contam as estratégias e as decisões de alocação tomadas em 2022 e 2021, além da visão para o ano de 2023:


1o: Ibiuna Investimentos

“O que fazemos na área de ações é sempre varrer o mercado atrás de empresas que se beneficiem ou sejam pouco prejudicadas pelo cenário macroeconômico e estejam em um valuation que faça sentido. É preciso ter as duas coisas ao mesmo tempo. Como controle para diversificação, não podemos ter mais de 15% de exposição em uma empresa e mais de 25% em um setor. Não adianta ter dez ativos na carteira e um deles representar 50% do total aplicado. Além disso, nós nos impomos uma restrição de liquidez. No nosso sistema de risco, o limite mínimo é de 5 milhões de reais por dia. Mas nos sentimos mais confortáveis, mesmo, a partir de 10 milhões a 20 milhões de reais de giro diário. Isso significa que temos um universo ‘investível’ de 150 empresas. Parece pouco, mas não reclamo. Menos de dez anos atrás, era metade disso. Fazemos uma gestão fundamentalista. Não temos nem amor nem ódio pelos ativos. É preciso avaliar o retorno que oferecem. Exemplo disso é a Petrobras, no ano passado, um de nossos acertos. Mesmo com toda a discussão e ruído eleitoral, a empresa estava muito descontada. Em termos de múltiplos, estava mais barata do que a YPF [petroleira estatal da Argentina].”

André Lion, CIO e gestor da estratégia de ações da Ibiuna Investimentos, e Caio Santos, sócio e responsável pela área de relacionamento com investidores


2o: Navi

“Um dos diferenciais da nossa filosofia é olhar muito quanto o fundo tem a perder. O risco é o principal driver para nossa tomada de decisão. Estamos reduzindo a exposição a ativos de duração mais longa — que sofrem com um cenário de juros mais altos — desde 2021, quando ficou muito claro que a taxa de juro mudaria de patamar. Colocamos mais posições em commodities e ações defensivas no lugar desses papéis mais arriscados. A Petrobras foi nossa maior posição em 2022. O cenário continua desafiador para este ano, com a curva de juros americana abrindo bastante de novo. Aqui no Brasil, precisamos de reformas estruturantes para não ficarmos tão suscetíveis às ondas globais. Sem uma sinalização mais forte do governo no campo fiscal, temos dificuldade em enxergar isso acontecendo. E, somado aos juros altos nos Estados Unidos, não vemos um cenário tão positivo para a bolsa. Enquanto as commodities estiverem subindo, o Brasil vai continuar tendo um respiro — e às vezes até alguns momentos positivos. Mas, se a tendência positiva para as commodities se reverter, o mercado nacional pode sofrer muito.”

Waldir Serafim, sócio e co-CIO de renda variável da Navi


3o: SPX Capital

“Ficamos o ano inteiro zerados ou vendidos no S&P 500, o que ajudou a proteger nossas posições no Brasil. Escolhemos a bolsa que teria o pior desempenho, que foi a americana. Os Estados Unidos eram quem mais estava apertando sua política monetária, tinha o pior valuation, a posição mais consensual, e o dólar se fortaleceria diante das outras moedas. A valorização do dólar, para as empresas americanas, faz com que o lucro em moeda local caia. O oposto ocorreu na Europa, onde, apesar da guerra, o euro fraco contribuiu para o lucro das empresas. No Brasil, posições long & short no setor financeiro contribuíram para o retorno do fundo. Acertamos a principal ação e conseguimos ter retornos positivos em posições vendidas em fintechs, onde houve oportunidade de precificação. O valuation estava errado, e decepções com resultados acabaram ocorrendo. Quanto a uma posição direcional na bolsa brasileira, fiquei um pouco decepcionado com esse início de governo, que esperávamos que fosse mais pragmático. Ainda há muito tempo de governo, mas as ideias de longo prazo não são as que eu esperava. É preciso um preço bem convidativo para comprar bolsa. Os preços são bons, mas ainda não estão no ponto a que acho que podem chegar em caso de uma piora no cenário externo.

Leonardo Linhares, sócio e diretor da área de ações da SPX Capital


TOP 10 (Listados em ordem alfabética)
Absolute Pace Long Biased
Dahlia Total Return
Ibiuna Long Biased
Moat Capital Long Bias
Navi Long Biased
Oceana Long Biased
Sharp Long Biased
SPX Falcon
Squadra Long Biased
Vinland Long Bias

 

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