Revista Exame

Conheça os melhores fundos de crédito privado em 2021

ARX Investimentos foi a vencedora dessa categoria do Melhores do Mercado, da EXAME; leia o depoimento dos gestores à frente dos 3 fundos premiados

ARX: equipe de fundos de crédito privado liderada pelo gestor Pierre Jadoul (centro) (Leandro Fonseca/Exame)

ARX: equipe de fundos de crédito privado liderada pelo gestor Pierre Jadoul (centro) (Leandro Fonseca/Exame)

BA

Bianca Alvarenga

Publicado em 23 de março de 2022 às 15h00.

A ARX Investimentos foi a vencedora da categoria Fundos de Renda Fixa – Crédito Privado na premiação Melhores do Mercado da EXAME, relativa ao ranking mais tradicional da indústria de fundos de investimento do país. A gestora foi premiada com o fundo ARX Everest FIRF CP de acordo com a metodologia definida pela EXAME com a ajuda de especialistas do mercado de capitais. Na segunda colocação ficou o fundo CA Indosuez Vitesse FIRF CP, da gestora CA Indosuez; seguida do JGP Corporate Plus FIC FIM CP, da gestora JGP.

Veja abaixo os depoimentos em primeira pessoa dos gestores à frente dos três fundos premiados da categoria, em que eles contam as estratégias e as decisões de alocação tomadas em 2020 e 2021, além da visão para o ano de 2022:

1o ARX (Pierre Jadoul, gestor das estratégias de crédito privado)

“O ARX Everest é o nosso fundo mais apimentado. Ele é para investidor qualificado, e isso dá mais liberdade para aumentar a parcela em ativos que vão desde FIDCs até emissão de empresas de capital fechado. Acaba sendo uma troca de liquidez por rentabilidade, sem necessariamente aumentar o risco da carteira. Todo o alfa [capacidade de gerar retorno acima da média de mercado] é via estratégica e spread de crédito. A partir de 2020 e 2021, dado que o cenário não era tão trivial e a pandemia ainda estava batendo na economia, decidimos alongar a carteira e reduzir o risco de crédito. Isso da metade de 2020 até a metade de 2021. Foi o que explicou a maior parte do resultado do fundo. Os spreads foram se comprimindo e isso teve um impacto positivo por ter uma duration [prazo médio ponderado para recebimento do valor investido em um título] maior. A partir do segundo semestre de 2021, entendemos que os spreads começaram a ficar em um patamar que consideramos de levemente atrativo para saudável. Trouxemos para a carteira uma duration mais normalizada. Neste ano, os spreads estão em níveis que consideramos justos.”

2o CA Indosuez (Fábio Passos, CIO)

“O Vitesse é um de nossos fundos mais antigos e exemplifica o trabalho que fizemos até aqui. O ano de 2021 não pode ser analisado sem olharmos para os dois anos anteriores. Em 2019, a meta para a taxa de juro já estava em queda e, quando o mercado percebeu que a Selic ficaria abaixo de 5%, os fundos de renda fixa sofreram por causa da queda dos prêmios. Depois, em 2020, a pandemia levou a Selic para 2% e o mercado viu uma volatilidade na renda fixa que muitos investidores nem acreditavam ser possível. Em 2021, percebemos que muitos papéis foram emitidos pelas empresas com prêmios que não cobriam o risco e, por isso, mantivemos o foco no mercado secundário, em títulos emitidos quando as condições estavam melhores. A grande dúvida para 2022 é se na ponta da curva de juros já há algum prêmio interessante a ser capturado.”

3o JGP (Alexandre Muller, gestor de fundos de crédito)

“O ano de 2021 foi positivo para o mercado de crédito, embora os prêmios dos títulos tenham caído em relação a 2020. Nossa estratégia foi deixar o fundo bem alocado e evitar uma grande quantidade de caixa não investido que pudesse diluir o retorno. Além disso, colocamos cerca de 4% do patrimônio em boas oportunidades na América Latina e nos Estados Unidos e usamos mecanismos de proteção. Quando a taxa Selic subiu de 2% para 10%, a rentabilidade aumentou muito, mas isso poderia ter machucado o fundo se tivéssemos exposição a títulos de inflação ou prefixados. Tipicamente não trazemos esse tipo de ativo para o nosso portfólio. Quando investimos em uma debênture cujo rendimento é calculado pelo IPCA, por exemplo, investimos em um derivativo que reduza o risco de abertura de curva de juros, como pode acontecer em 2022.”  

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