Revista Exame

A era dos vazamentos traz novas questões éticas

Os desafios éticos da prática que está transformando o cenário político no mundo — e no Brasil

Moro e Dallagnol: um vazamento tão importante pela forma quanto pelo conteúdo | Aílton de Freitas/Agência O Globo

Moro e Dallagnol: um vazamento tão importante pela forma quanto pelo conteúdo | Aílton de Freitas/Agência O Globo

DC

David Cohen

Publicado em 20 de junho de 2019 às 05h46.

Última atualização em 25 de junho de 2019 às 14h13.

Em sua acepção original, “vazar” é o mesmo que “esvaziar”. Deriva do latim vacivus (vazio) e do verbo associado vacare (tornar vago, desocupar). Um dos significados do verbo é deixar algo (especialmente líquidos) sair aos poucos. E é por uma analogia com esse sentido que o termo migrou para o noticiário político, no qual, recentemente, o sujeito se tornou objeto direto. Antes, o que vazava era o recipiente. Hoje em dia o verbo denota também a ação de alguém que faz o recipiente esvaziar. É claro que essa ação, em si, não é nova. Nem a analogia. No século 2 a.C., o dramaturgo romano Públio Terêncio Afro escreveu, na peça O Eunuco, sobre uma personagem que não conseguia manter um segredo: “Eu estou cheio de buracos, eu vazo por todos os poros”. Mas, quando a língua se adapta para denotar uma atividade, tanto ou mais do que uma situação, é porque a prática do vazamento mudou de patamar.

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