Shopping em Los Angeles, nos Estados Unidos: tanto os consumidores americanos quanto os chineses continuam otimistas em relação ao futuro da economia (Toms Auzins/AGB Photo)
Gabriela Ruic
Publicado em 12 de setembro de 2019 às 05h08.
Última atualização em 12 de setembro de 2019 às 10h55.
ECONOMIA MUNDIAL
Em meio aos temores de uma desaceleração ou até de uma recessão global, existe um indicador que ainda resiste ao nervosismo dos mercados de ações. Tanto nos Estados Unidos quanto na China, a confiança dos consumidores está num dos níveis mais altos dos últimos nove anos. Dados do instituto de pesquisa Ipsos relativos ao mês de agosto mostram que os consumidores chineses e americanos continuavam bem otimistas quanto ao futuro da economia — um otimismo que cresceu nos últimos anos.
O índice de confiança dos chineses estava em 73,7 pontos, numa escala que vai de 0 a 100. É um dos níveis mais altos já registrados e um dos maiores do mundo. Nos Estados Unidos, o número de 61,7 pontos também mostra um otimismo. Com isso, os americanos têm aumentado os gastos com bens e serviços, que cresceram 0,6% em julho em relação ao mês anterior. É claro que a confiança e um aumento mensal no consumo, sozinhos, não eliminam os riscos de uma desaceleração mundial, mas eles funcionam, por ora, como um poderoso motor na economia.
ITÁLIA
Entra governo, sai governo, e a Itália continua sem uma solução para seu grande problema econômico: a crescente dívida pública. Hoje, ela equivale a 134% do produto interno bruto, a segunda maior da zona do euro. Se o novo governo, formado pela inusitada aliança entre o centrista Partido Democrático e o populista Movimento Cinco Estrelas, não tomar medidas logo, até 2024 a dívida pública poderá passar dos 138% do PIB, próxima do nível da Grécia. A questão é que a Itália é a oitava economia do mundo e a quarta da Europa. A Grécia, a 21a.
LESTE EUROPEU
Desde que se juntaram à União Europeia, os países do Leste Europeu vêm crescendo em ritmo acelerado e reduzindo sua disparidade em relação aos vizinhos mais ricos. Um resultado disso é que as cinco cidades europeias que mais devem crescer nos próximos quatro anos estão localizadas na Europa Oriental. Sofia, capital da Bulgária, lidera a lista com um crescimento médio de 3,4% ao ano do produto interno bruto. É quase 1 ponto percentual acima do crescimento de Estocolmo (2,6%), capital da Suécia e a cidade da Europa Ocidental mais bem colocada.
Os cálculos são da consultoria britânica Oxford Economics, ligada à Universidade de Oxford. É bem verdade que a produtividade do Leste Europeu ainda está abaixo da observada nos países mais ricos. Contudo, o segredo do sucesso está nos baixos custos, especialmente em razão da mão de obra mais barata, um atrativo e tanto para as empresas. Mas nem tudo é boa notícia para o Leste Europeu. A população tem encolhido por causa do envelhecimento e da emigração. O segredo para continuar crescendo? Segundo a Oxford, atrair mão de obra jovem e bem qualificada.