Startup vai lançar exame de coronavírus em farmácia por R$ 130 — ou menos
O teste será feito no minilaboratório Hilab, e o resultado sairá em 10 minutos; a empresa trabalha para reduzir o valor cobrado pelo diagnóstico
Beatriz Correia
Publicado em 24 de março de 2020 às 20h29.
Última atualização em 25 de março de 2020 às 10h55.
Com quase 420.000 casos confirmados no mundo todo, o coronavírus é foco dos esforços de governos, especialistas da saúde e diversas empresas que buscam um tratamento, uma vacina ou formas de conter a disseminação do vírus. No Brasil — onde há mais de 2.000 casos confirmados e 46 mortes —, uma das preocupações é conseguir testes o suficiente para diagnosticar a covid-19 na população.
Neste cenário, a healthtech brasileira Hi Technologies vai lançar, na segunda quinzena de abril, o exame para o coronavírus em seu minilaboratório Hilab, que pode ser encontrado nas farmácias do país e faz diversos outros tipos de diagnóstico.
Inicialmente, o valor previsto para ser cobrado pelo exame é de 130 reais, mas a empresa avalia condições para diminuir o custo e tornar o serviço mais acessível. O resultado do teste deve sair em cerca de 10 minutos. O exame poderá ser encontrado em farmácias de todo o país, mas o foco da distribuição será em São Paulo (com 745 casos confirmados e 40 mortes) e em Curitiba.
"O teste para a covid-19 será realizado da mesma maneira que nossos outros exames. É um teste sorológico, ou seja, serve para identificar a presença de anticorpos no sangue", explica Marcus Figueiredo, CEO da Hi Technologies.
A empresa está em fase de produção em escala do teste, e além da venda nas farmácias também irá comercializar o produto para empresas que tiverem interesse. "O dispositivo Hilab é aprovado pela Anvisa. O teste para a covid-19 é aprovado In house, significa que os processos de validação do teste são realizados de acordo com procedimentos internos da própria empresa", explica a startup.
O Hilab é um minilaboratório de 12cm³ que realiza cerca de 15 testes, entre eles o de gravidez, glicemia, e zika. Com um furo na ponta do dedo, uma quantidade mínima de sangue é colocada na máquina que é uma espécie de “Nexpresso” do exame de sangue.
Para cada teste, é colocada no Hilab uma cápsula com uma fita dentro, a qual carrega os reagentes específicos para aquele determinado exame. “O Hilab nasceu com o conceito de ser um ‘eletrodoméstico’ da saúde”, diz o CEO.
Depois do procedimento, a pessoa espera cerca de 25 minutos. Esse é o tempo necessário para o sangue reagir quimicamente, processo que é escaneado em uma espécie de “foto” e enviado por nuvem para um servidor da Hi Technologies.
Lá, a reação é analisada por uma inteligência artificial desenvolvida pela empresa e é gerado um resultado prévio. Depois, profissionais do corpo clínico, formado por médicos, biomédicos, farmacêuticos, físicos e engenheiros, fazem a segunda e definitiva análise da reação. O resultado final fica disponível para a pessoa por SMS, e-mail ou pelo aplicativo da empresa.
Testes rápidos
Diante da recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para testar o maior número de pessoas possível — com ou sem sintomas — e com a falta de testes em todo o mundo para diagnosticar o coronavírus, a Anvisa começou nos últimos dias a dar aval a novos tipos de teste para a covid-19.
Foram aprovados na semana passada os primeiros testes chamados “rápidos”, que usam um tipo de tecnologia diferente da usada atualmente. Pelos menos 11 testes rápidos já foram liberados pela agência reguladora e a modalidade também já foi admitida pelo governo. O Ministério da Saúde anunciou que vai ampliar para 22,9 milhões o número de testes adquiridos e distribuídos durante a pandemia, incluindo os testes rápidos.
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