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Startup Favo, que reinventa o mercado de bairro, recebe aporte de R$ 35 milhões

A empresa faz venda porta em porta de produtos de supermercado e quer substituir as mercearias de esquina. Entenda o potencial que os fundos viram neles

Alejandro Ponce e Marina Proença, fundadores da Favo: a empresa nasceu no Peru no final de 2019 e desembarcou no Brasil em fevereiro de 2020 (Favo/Divulgação)
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Carolina Ingizza

Publicado em 20 de janeiro de 2021 às 06h00.

Última atualização em 21 de janeiro de 2021 às 10h08.

Fazer compras de supermercado pela internet era algo para poucos no Brasil antes da pandemia de coronavírus. O isolamento social tornou a prática bem mais corriqueira, e hoje muitos brasileiros estão acostumados a usar o celular para comprar desde papel higiênico até legumes e verduras. Aproveitando o crescimento do delivery de mercados, uma startup peruana cresce no Brasil e chama a atenção de grandes investidores com seu modelo inusitado para as compras de supermercado.

Ela é a Favo, uma empresa fundada no final de 2019 pelo peruano Alejandro Ponce (cofundador do Nexus Group) e pela brasileira Marina Proença (ex-Click Bus). A startup usa uma rede de revendedores para vender diretamente nos bairros e condomínios de São Paulo e Lima.

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A venda de porta em porta, atualizada para o século XXI, é feita primordialmente pelo WhatsApp . Com catálogos de promoções, os empreendedores parceiros da startup vendem para a vizinhança. No final do dia, eles repassam os pedidos para a central, que envia os produtos na manhã seguinte. A distribuição na casa de cada cliente fica a cargo dos revendedores.

Em cerca de um ano de operação, a startup já realizou mais de 170.000 pedidos e anuncia ter recebido aportes que somam 35 milhões de reais de fundos de capital de risco como o Global Founders Capital (GFC), investidor de companhias como Facebook e Linkedin, e o Elevar Equity, que fez aportes na Nuvemshop e na Justo.

Unidos pelo propósito

A Favo nasceu da busca de Ponce por propósito. Depois de deixar o fundo de private equity Nexus Group, onde trabalhou por 20 anos com grandes redes de varejo e supermercados, o empreendedor conheceu o conceito de compras coletivas e percebeu o grande potencial que o modelo teria para reduzir custos e gerar renda na América Latina.

Enquanto estruturava o negócio, os gestores do GFC o apresentaram à empreendedora brasileira Marina Proença, que também estava decidida a começar empreender em um projeto de alto impacto social depois de ter trabalhado em algumas startups no Brasil.

“A Favo nasceu para transformar a compra de supermercado numa tarefa mais fácil, barata, humanizando a experiência. E só consegue fazer isso pela força das comunidades, da vizinhança, que se une para comprar e gerar renda para quem precisa”, afirma Proença.

Rede de empreendedores

Ao começar sua operação em 2019, a empresa buscou mulheres das classes B e C com experiência de vendas para serem as primeiras parceiras da Favo. Hoje são cerca de 2.500 pessoas cadastradas como revendedoras e cada uma delas recebe uma comissão de 7,5% a cada venda feita.

A empresa tem mais de 1.500 produtos cadastrados, desde frutas, verduras, legumes, a produtos de limpeza, higiene pessoal, itens para pets e descartáveis. Ao longo do ano, a companhia planeja disponibilizar também itens refrigerados.

Para pagar pelas compras, os clientes podem usar cartão de crédito, vale alimentação, Pix e dinheiro em espécie. Não há valor mínimo para compra nem taxa de frete.

Para orquestrar as entregas, a Favo tem dois centros de distribuição próprios, um em Embu das Artes e outro em Lima. No futuro, o plano da empresa é ter pequenos armazéns espalhados pelas cidades em que atua, para reduzir o custo e o tempo de entrega. Internamente, a companhia emprega 200 pessoas.

Planos de crescimento

Impulsionada pelo crescimento das compras online, a Favo cresceu a uma taxa de 40% ao mês ao longo de 2020. Em 2021, planeja manter o ritmo e terminar o ano com faturamento mensal de cerca de 40 milhões de reais.

Agora, a empresa também organiza sua expansão geográfica pelo Brasil e para outros países da América Latina, como México, Colômbia e Chile.

Para financiar a abertura de novos mercados, a Favo deve ir em busca de um novo investimento, na faixa entre 50 e 70 milhões de reais, a partir de março.

Para os sócios, os desafios da operação em 2021 são variados. “É um negócio complexo, temos que pensar na margem, no sortimento, na logística, no treinamento. É uma companhia que trabalha 24/7 para seguir crescendo.Estamos construindo um unicórnio enquanto transformamos a vida dos empreendedores”,diz Ponce.

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