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Startup Alude, de tecnologia para imobiliárias, recebe US$ 3,3 milhões

A rodada de captação de investimento seed foi liderada pelos fundos Ribbit Capital, Y Combinator, Maya Capital e GFC

Alexandre Dubugras, presidente e fundador da Alude: empreendedor havia trabalhado no setor imobiliário durante a faculdade (Alude/Divulgação)
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Carolina Ingizza

Publicado em 30 de setembro de 2020 às 05h00.

Última atualização em 30 de setembro de 2020 às 19h30.

A startup brasileira Alude, fundada em 2019, anuncia nesta quarta-feira, 30, ter recebido um aporte de 3,3 milhões de dólares em sua rodada de investimento seed. Os fundos de investimento Ribbit Capital (GuiaBolso, Warren), Maya Capital (Trybe, NotCo) e GFC (Facebook, LinkedIn), além da aceleradora Y Combinator , lideraram a rodada.

Os fundadores da Stone , Viva Real, Wildlife , Brex, Gympass , Ingresse e Plaid também investiram na Alude, assim como Hugo Barra, vice-presidente de realidade virtual do Facebook.

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Mas o que faz a empresa que conseguiu atrair tantos nomes de peso do mercado de inovação? A startup, fundada por Jota Junior, Alexandre Dubugras e Alef Miranda, se propõe a fornecer tecnologias que simplifiquem o dia a dia do mercado imobiliário.

O trio fundador

A empresa nasceu do desejo do trio de empreender junto. Miranda e Junior estudaram na mesma turma da faculdade de ciência da computação da Universidade Federal de Minas Gerais. Já Alexandre Dubugras foi apresentado aos amigos pelo seu irmão, o também empreendedor Henrique Dubugras, fundador da Brex .

Após estudarem nos Estados Unidos e trabalharem por algum tempo em outras empresas de tecnologia aqui e lá fora, os amigos decidiram que era hora de começar um negócio próprio.No final de 2018, criaram a SmartLike, uma plataforma para ajudar pequenas e médias empresas a automatizarem suas contas no Instagram. O negócio parecia um sucesso. Em cinco meses, eles chegaram a um faturamento mensal de 150.000 reais. O problema? A rede social cancelou a aplicação que permitia a operação.

Então, no meio de 2019, os sócios foram em busca de outro desafio para solucionar. Analisando as opções, perceberam que havia bastante espaço para digitalizar o mercado imobiliário. Dubugras, que havia trabalhado como assistente de um corretor na época de faculdade, conhecia o lado das imobiliárias. Junior, por sua vez, já havia mudado de cidade tantas vezes que sabia como era lento o processo de finalizar um contrato de aluguel.

Modelo de negócio

A Alude surgiu então para tentar automatizar processos do mercado imobiliário. No começo de 2020, a empresa começou sua operação oferecendo soluções tecnológicas para corretores e pequenas imobiliárias. Há bastante oportunidade no Brasil: estima-se que existam cerca de 390.000 corretores e 49.000 imobiliárias ativas no país.

“O setor imobiliário é complexo e ainda estamos no começo da jornada de digitalizar seus processos. Eu vi em primeira mão a burocracia com a qual os corretores precisam lidar. Alexandre e o time estão conseguindo aplicar seu conhecimento de tecnologia nesse setor super atrasado”, diz Brian Requarth, cofundador do Viva Real e investidor da startup.

A Alude se propõe a automatizar toda a burocracia do processo de aluguel de imóveis em uma única plataforma. Por meio dela, os inquilinos conseguem enviar a documentação, fazer a checagem de documentos e assinar o contrato virtualmente. Em troca, o corretor precisa oferecer a seus clientes o seguro de aluguel que a startup revende da Porto Seguro.

Dessa forma, as imobiliárias usam o software de graça e a Alude consegue sustentar seu negócio. Hoje, 150 corretores usam o serviço da empresa.“Uma imobiliária média não está acostumada a investir em tecnologia, é mais fácil distribuir o software para ela se for de graça. E como a documentação do inquilino já está na nossa plataforma, a contratação do seguro é até mais rápida”, diz Dubugras.

Planos e desafios

Além dos três sócios, só há outros seis funcionários na startup hoje. Com os 3,3 milhões de dólares captados, a empresa quer contratar mais desenvolvedores para aprimorar e escalar o produto. A meta é chegar até o final de 2021 com 20.000 aluguéis transacionados pela plataforma.

A longo prazo, o objetivo da Alude é ser a "central do corretor de imóveis". Para isso, os sócios planejam continuar fornecendo produtos de tecnologia para esses agentes, que atuarão na ponta como distribuidores de outras soluções revendidas pela Alude. Hoje, a empresa trabalha com o seguro, mas amanhã poderia revender pacotes de internet ou mobília, por exemplo.

Segundo Nick Huber, sócio do fundo americano Ribbit Capital, a empresa chega no mercado brasileiro em um momento promissor. Ele acredita que a pandemia de covid-19 fará as pessoas a repensarem seus hábitos de moradia. Se o mercado se movimentar rapidamente, os corretores e imobiliárias precisarão cada vez mais de soluções tecnológicas.

"Na Alude, vemos potencial de um novo sistema operacional para os corretores atenderem seus clientes da maneira que eles esperam: digitalmente, sob demanda e com valor transparente", diz Huber. Para o investidor, o maior desafio da empresa neste estágio será escolher o que priorizar no mar de oportunidades que existe no segmento.

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