Por que a inovação é mais do que um momento “eureka”
Aprenda como inovar de fato no seu negócio
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2014 às 12h00.
Como inovar de fato no seu negócio
Respondido por Renata Chilvarquer, especialista em empreendedorismo
Empreendedores muitas vezes relacionam a inovação a um momento “eureka”, em que uma lâmpada se acende e, a partir daí, nasce a ideia de um produto ou serviço inusitado, que revolucionará a sua indústria.
Inovação não se resume só a isso. O Brasil é um dos países menos inovadores do mundo. De todos os negócios do país, apenas pouco mais de 10% trazem ao mercado produtos e serviços verdadeiramente inovadores, o que nos coloca no mesmo patamar de Trinidad & Tobago e à frente apenas de Bangladesh. Mas então como fazer para que o brasileiro inove?
O que vemos na Endeavor, trabalhando com um público de empreendedores que já são considerados inovadores, é que este é um grande desafio. Quando o negócio começa a crescer, a operação consome tanto esforço que o empreendedor perde o foco.
Um case de empreendedor que levou ao pé da letra o desafio de ser inovador é o do mineiro Gustavo Travassos. O Gustavo participou do Endeavor Innovation Program, em parceria com a FINEP, em que teve a oportunidade de ir pra Stanford e para Harvard para aprender sobre inovação.
A partir disso, ele não só desenvolveu uma cultura inovadora na MXT, empresa de tecnologia de rastreamento e monitoramento de frotas, como fez uma “spinoff” de uma ideia e criou uma empresa completamente nova, a Denox.
A Denox é uma empresa de automação para residências, que já foi criada pensando em trabalhar todos os elementos de um ambiente de trabalho inovador que o Gustavo viu na California: desde paredes coloridas, esteiras de corrida para que as pessoas trabalhem se exercitando, até mecanismos de incentivo aos colaboradores para que todos continuem gerando inovação dentro de casa.
Veja as dicas para manter um negócio inovador:
1. Estratégia: é importante que o empreendedor se organize para não gastar todo o seu tempo na gestão do negócio, afinal a inovação não chegará até ele em um passe de mágica.
Para que a empresa se mantenha competitiva, é preciso estar constantemente monitorando o mercado e definindo estratégias futuras, com uma visão clara de onde o negócio quer chegar.
2. Processos: apenas a partir de metodologias e processos será possível fazer com que a inovação entre no dia-a-dia da empresa. Por exemplo, processos como design thinking permitem que ele esteja mais atento ao seu consumidor e consiga entender as suas demandas para inovação.
3. Pessoas: um grande erro dos empreendedores é centralizar o processo de inovação 100% em si mesmos. Além de se tornarem gargalos da própria empresa, eles perdem ao não promover trocas e ao deixar de incentivar a inovação em seus colaboradores.
As empresas mais inovadoras do mundo como Google e 3M criam incentivos para inovação e dão tempo para que a maioria dos colaboradores possa participar da estratégia de geração de novas ideias da empresa.
4. Cultura: a cultura é um resultado de todos os itens anteriores, e cabe ao empreendedor se preocupar em criar e consolidar uma cultura de inovação na empresa. Entender se o ambiente de trabalho ajuda ou atrapalha o processo inovador e criar mecanismos de reconhecimento e incentivos para que as pessoas tenham liberdade para inovar são exemplos de elementos importantes para permitir que a inovação floresça.
Renata Chilvarquer é diretora de Educação Empreendedora da Endeavor Brasil.