Nova Zelândia (Reprodução/Thinkstock)
Mariana Fonseca
Publicado em 18 de fevereiro de 2017 às 08h00.
Última atualização em 18 de fevereiro de 2017 às 08h00.
São Paulo – A Nova Zelândia está de olho em empreendedores e investidores de todo o mundo – incluindo os brasileiros. O governo neozelandês acabou de lançar um programa de bolsas, chamado Edmund Hillary Fellowship, que dará um visto de três anos para que inovadores consigam colocar suas ideias em prática.
Se seu projeto for bem sucedido, é possível até se candidatar para obter residência permanente na Nova Zelândia – e motivos não faltam para abrir uma empresa ou investir em negócios lá, segundo Yoseph Ayele, CEO da Edmund Hillary Fellowship.
“Na Nova Zelândia, há uma base forte para o empreendedorismo. É muito fácil abrir e operar um negócio aqui: somos um dos países menos corruptos do mundo; temos boas relações comerciais e diplomáticas; formamos pessoas educadas, que vêm de universidades por todo o país; apresentamos diversas áreas de concentração de empreendedores; e é possível aproveitar tanto a infraestrutura governamental quanto privada para escalar seu projeto.”
O nome da bolsa é em homenagem à Edmund Hillary, a primeira pessoa a escalar o monte Everest.
“Depois de escalá-lo, Hillary tornou-se um líder humilde e trabalhou junto a diversas comunidades de regiões montanhosas pelo mundo. Procuramos pessoas que reúnam características comuns a ele: que se tornem embaixadoras do empreendedorismo por onde passem”, resume Ayele.
O principal critério de seleção da Edmund Hillary Fellowship é o impacto, independente do setor de atuação do empreendedor ou do investidor: quais as consequências que sua solução trará ao mundo, se for bem sucedida? Como resposta, o seu projeto deve desafiar o status quo e resolver problemas globais urgentes, mudando o curso da humanidade, segundo o site de inscrição.
Além da ideia, outro ponto observado é a capacidade empreendedora do indivíduo ou do time – tanto em habilidades técnicas quanto gerenciais.
Por fim, é considerado se a Nova Zelândia realmente ajudaria o candidato a ser sucedido: essa é a melhor maneira? Como você se encaixa com o ecossistema já existente? É preciso entender como o país pode colaborar para concretizar seu projeto - não adianta se inscrever apenas para sair do Brasil.
Todo semestre, até 50 empreendedores/investidores de diversos países e 10 da Nova Zelândia serão selecionados para a bolsa.
Para participar da próxima turma, as inscrições devem ser feitas até 30 de abril de 2017. Se o seu projeto for feito por um time, faça apenas uma inscrição por todos. Saiba mais sobre as taxas de inscrição aqui.
Quem for de fora do país e for selecionado deverá obter o Global Impact Visa (GIV), um visto ligado especialmente à Edmund Hillary Fellowship. Com prazo de três anos, o documento é dado especialmente para quem quer desenvolver sua ideia de negócio na Nova Zelândia.
Alguns critérios de seleção são falar inglês fluentemente, ter um histórico criminal limpo, apresentar boas condições de saúde e ter recursos suficientes para sobreviver no país pelo menos por um ano (incluindo possíveis dependentes). Saiba mais sobre os critérios do visto aqui.
“Queríamos ter um dos vistos mais acessíveis do mundo a empreendedores, e por isso descartamos critérios que não se relacionam com a capacidade da pessoa em conseguir concretizar sua ideia. O programa deve ser flexível a ponto de identificarmos empreendedores e investidores com potencial de impactar o mundo, mas que talvez não se encaixessem em seleções tradicionais”, explica Ayele.
“Olhamos os empreendedores mais bem sucedidos do mundo hoje: Elon Musk, Larry Page, Ariana Huffington, Richard Branson... E pensamos: quando eles estavam começando suas jornadas empreendedores, teriam se qualificado para o nosso programa? É isso que buscamos.”
Durante os três anos da Edmund Hillary Fellowship, os futuros donos de empresas ou investidores farão parte do mesmo grupo – mais ou menos como funciona uma turma de MBA, por exemplo. Haverá tanto encontros presenciais, em retiros e eventos, quanto online.
“Eles aprendem uns com os outros e crescem com isso; ganham acesso a redes nacionais e internacionais de contatos; e recebem mentorias e suporte para estabelecerem suas operações na Nova Zelândia”, explica Ayele. “Em resumo, é construir pontes entre o ecossistema de startups da Nova Zelândia e de outros países, como o Brasil: há a troca de ideias, pessoas e tecnologia.”
Os selecionados podem estar baseados em qualquer lugar da Nova Zelândia, e não é preciso permanecer os três anos direto no país para manter o Global Impact Visa.
Perto do fim dos três anos de visto, os empreendedores podem se candidatar para obter residência permanente na Nova Zelândia. Saiba mais como funciona esse processo aqui.