Meios de pagamento engessados impedem 80% das pessoas de comprar online
Pesquisa da empresa de e-commerce Nuvemshop mostra que grande parte dos consumidores não conclui compras por causa dos pagamentos
Maria Clara Dias
Publicado em 20 de setembro de 2021 às 16h47.
Última atualização em 20 de setembro de 2021 às 16h47.
A escassez no número de métodos de pagamento é o que leva grande parte dos consumidores a não concluir suas compras online, segundo uma pesquisa da Nuvemshop, unicórnio do setor de comércio eletrônico, com o apoio das empresas Iugu e Pagar.me.
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O estudo ouviu 500 pessoas de todo o país e concluiu que, apesar de considerarem as compras digitais seguras (87% dos consumidores confiam no e-commerce), uma das razões para abandonarem seus carrinhos está na falta de flexibilidade na hora de fazer os pagamentos. Cerca de 80% dos respondentes deixaram de concluir um pedido por não poder realizar o pagamento do jeito que gostaria, seja boleto, cartão de crédito ou Pix — método preferido de metade dos compradores.
Para os consumidores ouvidos pela pesquisa, não somente mais opções para pagar, mas uma jornada de compra mais transparente pode resolver parte deste problema. Os consumidores admitiram que a pior parte da experiência de compra é não obter todas as informações sobre o produto em um só lugar, ou seja, descrições incompletas. Além disso, 41% dos respondentes disseram que não saber qual empresa processa os pagamentos já foi impeditivo para as compras.
Frete caro e prazos de entregas longos também levam a desistências, segundo o estudo.
Mais compras
A frequência das compras também aumentou. Segundo a Nuvemshop, cerca de 70% dos brasileiros fizeram ao menos cinco compras digitais entre junho e julho deste ano. O ritmo acompanha o bom momento do e-commerce no Brasil e na América Latina como um todo. Por aqui, as vendas online já somam 53 bilhões de reais no primeiro semestre de 2021, de acordo com os dados da consultoria Ebit/Nielsen.
O contexto também contribuiu para que a própria Nuvemshop se tornasse um unicórnio, atingindo o valor de mercado de 16 bilhões de reais após aporte de 2,6 bilhões de reais liderado pela Tiger Global e Insight Partners, há pouco mais de 1 mês.
“A América Latina é o mercado de comércio eletrônico que mais cresce no mundo. O Brasil vem puxando essa expansão e, hoje, o e-commerce representa 10% do varejo. Esses dados demonstram que ainda há bastante espaço para desenvolvimento do comércio online e, nesse contexto, entender o consumidor e as suas preferências, além de aprimorar todo o processo de compras no ambiente digital, são fatores fundamentais para chegar lá”, diz Guilherme Pedroso, gerente nacional da Nuvemshop no Brasil.
“O estudo mostra que os brasileiros já confiam nesse modelo de compra e indica alguns pontos de atenção para lojistas no ambiente virtual”.
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