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Matéria-prima da Amazônia diferencia empreendedor

Micro e pequenas empresas apostam em artigos locais para ganharem mercado

Sustentabilidade e inovação são temas-chave para garantir um diferencial competitivo para as micro e pequenas empresas, segundo destacou o presidente do Sebrae, Luiz Barretto (Manoel Marques/VEJA)

Sustentabilidade e inovação são temas-chave para garantir um diferencial competitivo para as micro e pequenas empresas, segundo destacou o presidente do Sebrae, Luiz Barretto (Manoel Marques/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2011 às 13h33.

Palmas - Aproveitar a diversidade biológica da Amazônia é um diferencial competitivo para as micro e pequenas empresas (MPE) da região. Atento a essa vantagem, o empresário Roberson Nabarrete, de Alta Floresta (MT), começou a desenvolver peças de decoração feitas exclusivamente de cipó.

O processo de produção da Elemento do Mato é artesanal e detalhista. Cada peça leva de 30 a 40 dias para ficar pronta. Mas a diferenciação de seu produto garantiu a demanda e hoje toda sua família, que ainda inclui a mãe e a irmã, vive da confecção das peças de decoração. Todos os meses, são comercializadas 350 peças, que custam de R$ 30 a R$ 280 cada. “Fomos desenvolvendo aos poucos o processo até chegarmos nesse produto”, conta.

Sustentabilidade e inovação são temas-chave para garantir um diferencial competitivo para as MPE brasileiras, segundo destacou o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, durante o Amazontech 2011.

A programação segue até sábado (22) em Palmas. Cerca de 35 mil pessoas devem visitar o evento, que está em sua sétima edição e reúne os nove estados da região da Amazônia Legal.

Lasanha de peixe

Com o objetivo de aproveitar a multiplicidade de peixes da região amazônica, o pesquisador Nilson Carvalho criou há 12 anos a Delicatessem Pescado. A empresa, ao contrário das fabricantes de alimentos tradicionais, tem no peixe sua única matéria-prima.


Essa empresa de Manaus oferece lasanha, almôndega, bife e hambúrguer de peixe, entre várias opções de alimentos congelados. “No início, havia resistência, porém criei um produto diferente de tudo o que há no mercado, com uma matéria-prima abundante na região e barata. Fabrico cerca de 200 kg de alimentos por dia e estou investindo para aumentar minha produção, pois há demanda”, conta.

As iniciativas são elogiadas pelo consultor especializado em economia verde Dal Marcondes. O diretor-executivo da Envolver, agência de gestão do conhecimento em sustentabilidade, destaca que economia verde é promover artigos que na economia tradicional possuem baixo valor agregado.

“Um quilo de peixe, que custa menos de R$ 10, pode virar uma lasanha de peixe vendida a R$ 20 o quilo e ainda gerar emprego e renda à população local”, exemplifica o especialista, um dos palestrantes do Amazontech 2011.

Com o objetivo de agregar valor e se diferenciar, o tocantinense Valnes Carlos Silva começou a fabricar sandálias com detalhes em capim dourado. O ex-motorista já começou a produzir os sapatos com a espécie do capim, típica da região.

“O fato de ter algo que só existe aqui fez com que eu ganhasse mercado. Agora produzo cerca de 80 pares por dia, que são vendidos para todo o país”, conta.

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