Marcelo Claure, criador do Latin America Fund, deixa conselho do SoftBank
Além do economista boliviano, três outros diretores do conglomerado japonês irão deixar o conselho de administração do SoftBank Group
Carolina Ingizza
Publicado em 9 de novembro de 2020 às 12h54.
O SoftBank Group , conglomerado japonês responsável por centenas de investimentos em inovação ao redor do mundo, anunciou que quatro de seus diretores vão deixar o conselho de administração da empresa. O objetivo, segundo informações da Bloomberg, seria melhorar a governança corporativa da empresa, equilibrando a participação de membros externos e internos.
O diretor de operações do SoftBank, o economista boliviano Marcelo Claure, é um dos executivos que deixa o conselho agora em novembro. Ele liderou a criação da maior aposta já vista nos negócios inovadores da América Latina: o Latin America Fund, um fundo de investimentos de cinco bilhões de dólares para startups da região. O veículo financeiro investiu 1 bilhão de dólares na startup Rappi e 300 e 150 milhões de dólares, respectivamente, nas brasileiras Gympass e Loggi.
Além dele, também deixam o conselho Rajeev Misra, diretor do Vision Fund (fundo de 100 bilhões de dólares com alvos globais);Katsunori Sago, diretor de estratégia do SoftBank; e Yasir O. Al-Rumayyan, representante do fundo de investimento público da Arábia Saudita.
Com as mudanças, o conselho fica reduzido a nove membros. Masayoshi Son, fundador do grupo, disse que o conglomerado está mudando seu foco, priorizando novos investimentos em vez da gestão das próprias companhias. “Mais diretores externos significa uma melhor governança”, disse o executivo em uma conversa com jornalistas.
O anúncio foi feito após o SoftBank anunciar seus resultados trimestrais. A empresa teve 6,1 bilhões de dólares em lucro no período, impulsionada pela valorização das empresas de tecnologia, o que levou o seu Vision Fund de volta ao território positivo.
O SoftBank começou a ter sua governança questionada com a derrocada do WeWork, que teve sua abertura de capital frustrada em 2019. Este ano, com a pandemia, o grupo divulgou prejuízo operacional anual de 1,36 trilhão de ienes (13 bilhões de dólares), o maior de sua história.