Mãe e filha criam negócio de depilação e faturam R$ 115 milhões
Frustrada com os produtos disponíveis para depilação, empreendedora criou a própria cera e uma rede especializada que hoje tem mais de 100 unidades.
Mariana Desidério
Publicado em 25 de janeiro de 2018 às 06h00.
Última atualização em 25 de janeiro de 2018 às 09h22.
São Paulo – Toda mulher sabe que tirar os pelos com cera não é nada agradável, e mesmo com o avanço da tecnologia, muitas sofrem até hoje. Imaginem então há 30 anos, quando a depilação era um serviço secundário, muitas vezes prestado por quem não entendia do assunto?
Era essa a realidade que a hoje empresária Glaci Van Straten vivia na década de 1980. Ela sofria tanto na hora de se depilar, que decidiu criar a sua própria cera. “Na época só existiam aquelas ceras plásticas, que você tirava com um pedaço de papel”, conta a filha de Glaci, Danyelle Van Straten, hoje sócia no negócio.
Frustrada com os produtos disponíveis, Glaci buscou ingredientes naturais para criar uma cera feita à base de mel, própolis e cera de abelha. Rapidamente, o produto ficou conhecido em Balneário Camboriú (SC), onde ela morava, como a “cera que não dói”.
A empreendedora passou a fabricar o produto em casa e fornecer para salões e clientes em sua região. Com o crescimento da procura, a fábrica foi tomando o espaço da família.
“A fábrica começou na cozinha e com o tempo foi tomando o espaço da casa, até chegar no ponto em que construímos um andar a mais para morarmos, e a fábrica ficou com todo o espaço de baixo”, lembra Danyelle.
A venda da cera depilatória logo abriu os olhos da empreendedora para outra necessidade do segmento: a profissionalização do serviço. “Naquela época a depilação era um serviço secundário do salão. Era a manicure que fazia de qualquer jeito”, afirma.
Foi aí que Danyelle começou a atuar no negócio. “Eu nasci dentro do negócio, cresci vendo minha mãe trabalhar e ela acreditava naquilo, então eu sonhei junto com ela”, conta.
Aos 15 anos de idade ela se tornou sócia da mãe e ambas desenharam juntas o que seria a Depyl Action – um espaço focado em depilação, com salas apropriadas, profissionais treinadas, higiene e sem a necessidade de marcar horário para o serviço.
O único problema é que elas não tinham dinheiro para iniciar o negócio.
Porém, isso não foi empecilho para seguir em frente. Durante uma viagem de venda e divulgação da cera depilatória, as sócias falaram da ideia para uma cliente, que se propôs a ser parceira do negócio.
Foi assim que, em 1996, a Depyl Action abriu sua primeira loja, em Brasília, numa parceria em formato de franquia , o que permitiu às empreendedoras testarem o modelo e atestarem a viabilidade do negócio mesmo sem dinheiro para o investimento.
“Foi a forma que encontramos de viabilizar o negócio naquele momento. Foi quase uma joint venture com a primeira franqueada”, lembra Danyelle.
A rede foi crescendo baseada nesse modelo de colaboração entre as empreendedoras com seus franqueados até que, em 2001, quando tinha três unidades, a Depyl Action formatou um modelo mais organizado de franquia.
A organização foi fundamental para o crescimento da rede, que hoje conta com 105 unidades espalhadas pelo país, sendo três próprias. Em 2017, a rede faturou 115 milhões de reais, contra 100 milhões de reais em 2016.
Hoje, além da depilação com a cera criada por Glaci, a Depyl Action oferece também depilação a luz pulsada, linha, design de sobrancelhas, dentre outros serviços. “O mercado evoluiu muito e nós estamos sempre acompanhando. Oferecemos o melhor para cada cliente e cada região do corpo”, afirma.
A expectativa das sócias é abrir mais 30 unidades este ano, em especial nos estados de Mato Grosso e Rio Grande do Sul, os únicos onde ainda não há uma unidade da marca.
Mãe e filha continuam atuando juntas: a mãe é responsável pela fábrica da marca, que continua em Balneário Camboriú, e hoje tem uma produção de 30 mil toneladas de cera por mês. Já a filha, fica baseada em Belo Horizonte, e cuida parte de franchising.
Quem tiver interesse em abrir uma unidade da Depyl Action deve estar preparado para desembolsar 340 mil reais de investimento inicial. O faturamento médio mensal esperado é de 90 mil reais e a lucratividade é de 15%. O retorno do investimento ocorre em 30 meses.