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Investimentos de venture capital superam os de private equity no Brasil em 2020

Estudo feito pela ABVCAP em parceria com a KPMG mostra que os investimentos em private equity e venture capital somaram R$ 23,6 bilhões no ano passado

Neon: a fintech recebeu um aporte de 300 milhões de dólares em setembro de 2020 (Neon/Divulgação)

Neon: a fintech recebeu um aporte de 300 milhões de dólares em setembro de 2020 (Neon/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 4 de fevereiro de 2021 às 14h03.

Última atualização em 4 de fevereiro de 2021 às 14h59.

Mesmo com as turbulências causadas pela pandemia de covid-19, a indústria de private equity e venture capital investiu 23,6 bilhões de reais em empresas brasileiras, o segundo maior montante da história. O valor só perde para o ano de 2019, que registrou um volume 7% maior que o de 2020. Os dados são de uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) e pela consultoria KPMG.

“O forte desempenho da indústria de PE e VC num ano tão complicado é mais uma evidência da robustez do ecossistema de investimentos em empresas no Brasil”, diz Piero Minardi, presidente da ABVCAP.

O que chama atenção nos dados é que pela primeira vez a indústria de venture capital (VC), conhecida por seus investimentos em startups, superou o volume aportado pelos fundos de private equity (PE). Segundo a pesquisa, os fundos de VC investiram 14,6 bilhões de reais no país, ante 9 bilhões do segmento de PE. 

Só em setembro, a fintech Neon e a empresa de e-commerce Vtex receberam cheques de 300 milhões e 225 milhões de dólares, respectivamente. No total, 255 empresas reportaram terem recebido investimento de fundos de VC e PE em 2020. Desse grupo, 200 receberam aportes de fundos de VC e 55, de PE. 

“O crescimento dos investimentos de VC em 2020 é um reflexo do amadurecimento da indústria e da quantidade significativa de grandes empreendedores brasileiros que inovam, se arriscam e criam ótimos negócios para a economia e estão entre os melhores e mais arrojados do mundo”, diz Roberto Haddad, sócio-líder de private equity e venture capital da KPMG no Brasil. 

Além do fortalecimento do ecossistema de startups brasileiro, a diferença no volume de aportes de VC e PE pode ser explicada pela sensibilidade que os fundos de private equity têm em relação à economia. “São movimentos opostos. A tendência é que o VC, impulsionado pela tecnologia, continue a crescer, enquanto o PE é mais sensível ao macro”, disse Piero Minardi, presidente da ABVCAP, em entrevista à EXAME no final de 2020.

Em 2021, o venture capital segue em alta. No primeiro mês do ano, as empresas brasileiras receberam 630 milhões de dólares, o equivalente a 18% do total investido em 2020, segundo dados do Distrito, que monitora o mercado. Foram realizados 41 aportes em janeiro, o maior deles sendo o do Nubank. Em uma rodada série G, a fintech levantou impressionantes 400 milhões de dólares e foi avaliada em 25 bilhões.

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