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Investidores debatem investimento em startups no Brasil

“Ainda vale a pena investir no Brasil?” foi o centro dos debates do Founders Forum, um dos mais renomados encontros de empreendedorismo no mundo, realizado no Rio

Parece ter surgido um consenso: no longo prazo, os números de crescimento da internet e aumento no consumo como um todo indicam que o Brasil é sim um local promissor para empreendedores web (Stock.xchng)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de março de 2013 às 19h06.

São Paulo - Se você tivesse um capital considerável para investir , escolheria colocar seu dinheiro no Brasil? Para quem não é empreendedor, a pergunta acima pode não fazer muito sentido.

Mas ela é particularmente interessante quando dirigida a quem possui a verba para investir pesado em empresas promissoras – pessoas que um dia, por exemplo, apostaram suas fichas na Rovio, Skype, Netflix e Peixe Urbano.

“Ainda vale a pena investir no Brasil?” foi o centro dos debates do Founders Forum, um dos mais renomados encontros de empreendedorismo no mundo que, pela segunda vez, foi realizado no Rio de Janeiro.

Entre 6 e 8 de março, empreendedores e representantes dos maiores fundos de investimento da Europa, Estados Unidos e América Latina se reuniram em um hotel em Santa Teresa, bairros dos artistas e descolados e queridinho dos turistas cariocas.

“Nosso principal diferencial de outros eventos é o calibre das pessoas”, disse a INFO o britânico Brent Hoberman, um dos co-fundadores do FF. “Também nos preocupamos com o tamanho. Não queremos ter muitas pessoas, mas as melhores”. Para garantir a lista seleta, os participantes são escolhidos por sua importância no mercado e convidados a comparecer.

Não existe uma ficha de inscrição ou taxas de adesão. Todo o FF é gratuito. Patrocinadores arcam com gastos de locação de espaço e alimentação das quase 150 pessoas. Hospedagem e passagem são por conta de cada um.

No evento do Rio, circulando de camisa e calça social ou simplesmente de bermudas e sandálias de dedo, estavam representantes de fundos como Lepe Partenrs, IG Expansion, Astella, Redpoint e.ventures , Atomico, Monashees e Mountain. Até mesmo um enviado do jornal americano The New York Times veio conferir o que estava sendo debatido.


A Bolha do Empreendedorismo

Criado há oito anos, o FF realiza edições em Nova York, Mumbai, Los Angeles e Londres, o principal evento do circuito. O formato é bastante informal. A ideia é que as pessoas se conheçam e troquem cartões, o famoso networking. Entre um coffee break e outro, a organização propõe atividades em grupo e pequenas palestras para apresentar ideias ou startups promissoras.

Após um jantar de boas-vindas realizado no dia 6, o grupo se reuniu na manhã do dia 7 para debater o cenário econômico brasileiro. Para os jornalistas presentes, o aviso: nada do que fosse falado no local poderia ser atribuído. As ideias podem ser reproduzidas, mas as fontes não deveriam ser identificadas.

O dia começou com uma pequena palestra com dados favoráveis do mercado nacional, como crescimento da penetração de internet, grande participação do brasileiro em redes sociais e aumento dos dispositivos móveis no país.

Algumas horas mais tarde, dois participantes subiram ao palco para defender pontos de vista opostos: o cenário está bom ou está ruim? Para enfatizar suas teses, convidaram quem assistia para compartilhar opiniões.

Se os números da web e da “nova classe C” são os principais argumentos do time dos otimistas, o pessoal “pessimista” enxerga esses pontos como “simples vantagem comparativa”. “O resto do mundo está pior, por isso aqui parece bom”, disse um deles.

Após esperar quase 30 minutos por uma chance de falar, um dos palestrantes conseguiu expor seu ponto de vista. Segundo ele, estamos vivendo uma bolha de empreendedorismo. O termo está na moda e há muita gente no Brasil sem experiência colocando dinheiro em empresas iniciantes, inflacionando o mercado.


Após a palestra ele, que tem mais de 11 anos de experiência no Brasil, disse a INFO que “há muitos falsos investidores-anjo, pessoas com dinheiro mas que não têm a experiência necessária para ajudar uma startup”.

Foram quase duas horas de debate e, enfim, parece ter surgido um consenso: no longo prazo, os números de crescimento da internet e aumento no consumo como um todo indicam que o Brasil é sim um local promissor para os empreendedores web.

No entanto, no curto prazo, haverá problemas: mão de obra mais cara, com a falta de profissionais técnicos qualificados e altos encargos para o contratador, custo de vida elevado (especialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo) e falta de maturidade do mercado.

Para José Marin, do IG Expansion e um dos organizadores do Founders Forum, a própria composição do evento no país indica o estágio desse mercado de startups. “Aqui temos mais investidores participantes do que empreendedores porque ainda não há muitas histórias de sucesso”, diz. Sobre uma possível bolha no setor, ele concorda em parte com os argumentos apresentados durante o debate. “Nem sempre é bom quando muita gente que não conhece esse mercado começa a investir.

Por outro lado, o empreendedor brasileiro precisa ter mais opções. No Vale do Silício ele pode bater em 100 portas. Aqui, só em três”, diz.

E aos interessados em conseguir dinheiro nelas, Marin dá um conselho: “Ser apaixonado pelo o que faz. Quem monta uma empresa pensando em ficar rico sem gostar do negócio nunca vai dar certo”, diz.

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São Paulo - Se você tivesse um capital considerável para investir , escolheria colocar seu dinheiro no Brasil? Para quem não é empreendedor, a pergunta acima pode não fazer muito sentido.

Mas ela é particularmente interessante quando dirigida a quem possui a verba para investir pesado em empresas promissoras – pessoas que um dia, por exemplo, apostaram suas fichas na Rovio, Skype, Netflix e Peixe Urbano.

“Ainda vale a pena investir no Brasil?” foi o centro dos debates do Founders Forum, um dos mais renomados encontros de empreendedorismo no mundo que, pela segunda vez, foi realizado no Rio de Janeiro.

Entre 6 e 8 de março, empreendedores e representantes dos maiores fundos de investimento da Europa, Estados Unidos e América Latina se reuniram em um hotel em Santa Teresa, bairros dos artistas e descolados e queridinho dos turistas cariocas.

“Nosso principal diferencial de outros eventos é o calibre das pessoas”, disse a INFO o britânico Brent Hoberman, um dos co-fundadores do FF. “Também nos preocupamos com o tamanho. Não queremos ter muitas pessoas, mas as melhores”. Para garantir a lista seleta, os participantes são escolhidos por sua importância no mercado e convidados a comparecer.

Não existe uma ficha de inscrição ou taxas de adesão. Todo o FF é gratuito. Patrocinadores arcam com gastos de locação de espaço e alimentação das quase 150 pessoas. Hospedagem e passagem são por conta de cada um.

No evento do Rio, circulando de camisa e calça social ou simplesmente de bermudas e sandálias de dedo, estavam representantes de fundos como Lepe Partenrs, IG Expansion, Astella, Redpoint e.ventures , Atomico, Monashees e Mountain. Até mesmo um enviado do jornal americano The New York Times veio conferir o que estava sendo debatido.


A Bolha do Empreendedorismo

Criado há oito anos, o FF realiza edições em Nova York, Mumbai, Los Angeles e Londres, o principal evento do circuito. O formato é bastante informal. A ideia é que as pessoas se conheçam e troquem cartões, o famoso networking. Entre um coffee break e outro, a organização propõe atividades em grupo e pequenas palestras para apresentar ideias ou startups promissoras.

Após um jantar de boas-vindas realizado no dia 6, o grupo se reuniu na manhã do dia 7 para debater o cenário econômico brasileiro. Para os jornalistas presentes, o aviso: nada do que fosse falado no local poderia ser atribuído. As ideias podem ser reproduzidas, mas as fontes não deveriam ser identificadas.

O dia começou com uma pequena palestra com dados favoráveis do mercado nacional, como crescimento da penetração de internet, grande participação do brasileiro em redes sociais e aumento dos dispositivos móveis no país.

Algumas horas mais tarde, dois participantes subiram ao palco para defender pontos de vista opostos: o cenário está bom ou está ruim? Para enfatizar suas teses, convidaram quem assistia para compartilhar opiniões.

Se os números da web e da “nova classe C” são os principais argumentos do time dos otimistas, o pessoal “pessimista” enxerga esses pontos como “simples vantagem comparativa”. “O resto do mundo está pior, por isso aqui parece bom”, disse um deles.

Após esperar quase 30 minutos por uma chance de falar, um dos palestrantes conseguiu expor seu ponto de vista. Segundo ele, estamos vivendo uma bolha de empreendedorismo. O termo está na moda e há muita gente no Brasil sem experiência colocando dinheiro em empresas iniciantes, inflacionando o mercado.


Após a palestra ele, que tem mais de 11 anos de experiência no Brasil, disse a INFO que “há muitos falsos investidores-anjo, pessoas com dinheiro mas que não têm a experiência necessária para ajudar uma startup”.

Foram quase duas horas de debate e, enfim, parece ter surgido um consenso: no longo prazo, os números de crescimento da internet e aumento no consumo como um todo indicam que o Brasil é sim um local promissor para os empreendedores web.

No entanto, no curto prazo, haverá problemas: mão de obra mais cara, com a falta de profissionais técnicos qualificados e altos encargos para o contratador, custo de vida elevado (especialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo) e falta de maturidade do mercado.

Para José Marin, do IG Expansion e um dos organizadores do Founders Forum, a própria composição do evento no país indica o estágio desse mercado de startups. “Aqui temos mais investidores participantes do que empreendedores porque ainda não há muitas histórias de sucesso”, diz. Sobre uma possível bolha no setor, ele concorda em parte com os argumentos apresentados durante o debate. “Nem sempre é bom quando muita gente que não conhece esse mercado começa a investir.

Por outro lado, o empreendedor brasileiro precisa ter mais opções. No Vale do Silício ele pode bater em 100 portas. Aqui, só em três”, diz.

E aos interessados em conseguir dinheiro nelas, Marin dá um conselho: “Ser apaixonado pelo o que faz. Quem monta uma empresa pensando em ficar rico sem gostar do negócio nunca vai dar certo”, diz.

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