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Impulso viabiliza empréstimo de pessoa física a empreendedor

Organização pretende captar 300 mil reais em crédito para emprestar a até 200 microempreendedores no próximo ano

Chamelle Pão de Mel pretende levantar empréstimo de 1.500 reais por meio da nova plataforma (Divulgação)

Chamelle Pão de Mel pretende levantar empréstimo de 1.500 reais por meio da nova plataforma (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2010 às 10h38.

São Paulo - A Impulso, braço da organização Aliança Empreendedora especializado em microcrédito, lança nesta terça-feira (23/11) uma plataforma que permitirá a pessoas físicas investir em empréstimos para microempreendedores de diferentes regiões do Brasil.

A organização pretende captar 300 mil reais em crédito por meio da nova ferramenta ao longo do próximo ano. Os fundos devem viabilizar empréstimos para pelo menos 200 empreendedores.

A plataforma faz empréstimos no valor de até 5.000 reais a pequenos empresários, cobrando uma taxa de juros mensal que varia de 2% a 3,7% ao mês. O investidor pode investir a partir de 25 reais e escolhe o empreendimento que vai receber os fundos.

Os empreendedores cadastrados no site descrevem seus negócios e determinam o valor que querem levantar. Os valores solicitados em geral variam de 1.700 e 1.900 reais.

“O microcrédito no Brasil é muito concentrado em áreas urbanas do Nordeste. Queremos mudar este cenário”, diz Rodrigo Brito, fundador da Aliança Empreendedora. A Impulso atua principalmente no Paraná, com parceiros em São Paulo (Banco Perola) e Pernambuco (Acreditar). O objetivo é ampliar as parcerias para estender o alcance do programa.

Mantida anteriormente por doações de empresas, a Impulso viabilizou no ano passado 350 mil reais em empréstimos. A organização investiu 50 mil reais ao longo de dois anos para colocar no ar a ferramenta online.

O financiamento de microempreendedores por pessoas físicas já foi testado com sucesso por organizações globais como a Kiva, que já movimentou mais de 174 milhões de dólares em empréstimos ao redor do globo.

O modelo teve que ser adaptado para funcionar no Brasil. Enquanto no exterior o investidor pode optar por retirar o dinheiro investido uma vez que o empréstimo é pago pelo empreendedor, aqui o dinheiro tem que ser sempre reinvestido em um novo empreendimento, funcionando praticamente como uma doação. “Aqui este tipo de operação é considerado agiotagem. Isso atrasou bastante o desenvolvimento do microcrédito no Brasil”, diz Brito.
 


Por meio dos empréstimos levantados na plataforma, os empresários fazem investimentos para aprimorar seus negócios e ampliar suas receitas. Brito cita como exemplo o caso de uma empreendedora que vendia salgados de porta em porta e foi ampliando o seu negócio por meio de empréstimos – primeiro 400 reais para comprar um freezer para fazer salgados congelados; depois 1.900 reais para montar uma cozinha industrial; e por fim 4.000 reais para montar um panificadora.

Suporte ao microempreendedor

A Impulso nasceu como parte dos esforços da organização sem fins lucrativos Aliança Empreendedora para apoiar microempreendedores com capacitação, acesso a crédito e a canais de vendas.

Embora ainda dependa financeiramente do suporte da Aliança – que em 2011 vai investir 120 mil reais para arcar com custos operacionais da organização –, a Impulso deve se tornar auto-sustentável a partir de 2012.

Além da Impulso, a Aliança mantém também a Solidarium, voltada a ampliar o acesso a comercialização para empreendedores de baixa renda. Por meio da organização, mais de 600 empreendedores têm a oportunidade de vender para grandes varejistas como Tok Stok, Renner e Mundo Verde.

Com orçamento de 4 milhões de reais em 2010, a Aliança já apoiou cerca de 4.300 empreendedores ao longo da sua trajetória. O orçamento previsto da organização para 2011 é de 6 milhões de reais.

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