Trigg: cartões personalizados e cashback atraíram a atenção dos clientes (Trigg/Divulgação)
Natália Flach
Publicado em 5 de fevereiro de 2020 às 17h49.
São Paulo - Após três anos de sua fundação, a fintech de cartões de crédito Trigg foi vendida para o fundo Vector, que pertence ao grupo financeiro Omni. Segundo fontes, o valor da operação foi de 250 milhões de reais. A empresa não comenta.
Com a aquisição da Vector, os sócio-fundadores Marcela Miranda, Guilherme Müller e Alexandre Pereira deixam a companhia para se dedicar à holding Seastorm, de onde inclusive nasceu a Trigg. Debaixo do guarda-chuva da Seastorm há outras sete empresas.
"A princípio, buscávamos a parceria de um fundo para acelerar o nosso crescimento. Até que a Omni, que já era nossa sócia, fez uma proposta para adquirir 100%", conta Marcela, acrescentando que as conversas duraram entre três e quatro meses. "Como eles estavam conosco desde o começo da operação, não precisamos passar por uma transição", acrescenta.
O interesse pela Trigg vem em um momento em que as fintechs chamam atenção dos clientes e, claro, dos bancos. Nos últimos anos, a companhia recebeu uma média de 4 milhões de solicitações de cartões de crédito e, em 2019, bateu 1 bilhão de reais transacionados desde a sua fundação.
Além disso, uma consultoria identificou no início de 2019 que o gasto médio com os cartões da Trigg era 54% maior do que de outros bancos digitais e o número de transações era, em média, 33% maior do que o dos concorrentes. "Vimos que tínhamos conseguido atingir a meta de sermos o principal cartão na carteira dos clientes", afirma. O motivo é que os clientes contam com estorno de parte do valor das compras (cashback), além de uma gama de produtos e serviços que atendem os seus anseios.
"Fizemos parceria com o site Omelete, que trouxe a Warner, e pudemos fazer os cartões dos super-heróis. Também identificamos que nossos correntistas tinham pet e passamos a oferecer algo como um plano de saúde para gatos e cachorros que é descontado diretamente do cartão."
Segundo Marcela, cada cartão emitido só "paga" os custos da Trigg depois de nove meses. "As safras antigas dão lucro e estão cobrindo os custos de novos pedidos de cartões", afirma. "A Trigg dá lucro, mas em um modelo parecido com o do Nubank que tem muito fluxo de caixa que precisa rodar."