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Franquias apostam em modelos enxutos para enfrentar a crise

As redes sempre buscaram modelos alternativos, mas esse processo se intensificou de dois anos para cá


	Franquia Imaginarium: o plano de expansão da Imaginarium para 2015 está baseado no modelo fit
 (Divulgação/Imaginarium)

Franquia Imaginarium: o plano de expansão da Imaginarium para 2015 está baseado no modelo fit (Divulgação/Imaginarium)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2015 às 09h04.

São Paulo - O alto custo de implantação combinado à busca de pontos alternativos para manter a expansão e a desaceleração da economia intensificam o lançamento de modelos mais enxutos por parte das redes de franquias.

É o caso, por exemplo, da Imaginarium, que aposta em uma unidade fit, e da marca Hope, com uma opção chamada 1.0.

As redes sempre buscaram modelos alternativos, mas esse processo se intensificou de dois anos para cá, segundo análise do presidente do Grupo Cherto, Marcelo Cherto.

Segundo Cherto, a situação da economia estimula ainda mais esse movimento, afinal, existe menos dinheiro disponível para investir e os juros estão particularmente elevados.

"Está todo mundo buscando uma alternativa de carreira nesse momento e abrir um negócio sempre é muito atraente. E a franquia, por já ter um conhecimento do mercado, tem um apelo grande no cenário de crise", afirma Cherto.

O plano de expansão da Imaginarium para 2015 está baseado no modelo fit.

Das 40 operações previstas, 30 delas serão direcionadas para o novo formato, que pede investimento inicial de R$ 129 mil e deve ser instalado, preferencialmente, em regiões que tenham a partir de 100 mil habitantes.

Além do modelo fit, uma loja master da rede exige investimento inicial de R$ 425 mil e a proposta compacta, R$ 290 mil.

Além desses valores, a instalação no shopping inclui o pagamento de luvas, taxas administrativas, condomínio e fundo de promoção.

A estratégia da rede foi buscar um modelo onde não tinha atuação diante de uma difícil negociação com os shoppings.

"É uma solução para minimizar o valor do investimento inicial. Atrelado a isso, o próprio cenário de retração da economia deixa os investidores que têm um volume maior de dinheiro receosos", diz o gerente de expansão da marca, Uggo Angioletti.

A Hope também percebeu uma oportunidade de expandir sua atuação com o modelo batizado de 1.0. A rede acredita que a situação econômica pode levar mais pessoas a buscarem uma franquia para investir o dinheiro que acumularam durante um determinado período.

O investimento em um modelo tradicional da marca oscila entre R$ 400 mil e R$ 450 mil. Já no novo formato, a exigência financeira cai para R$ 200 mil.

Para chegar a esse valor, a rede reduziu a taxa de franquia de R$ 45 mil para R$ 30 mil e trabalha com um projeto mobiliário para otimizar o espaço e reduzir a parte de demolição na reforma do espaço.

Das 50 lojas previstas para este ano, 30 deles se enquadram no modelo 1.0.

"O mercado de rua vai ganhar força de novo", afirma o diretor de expansão da Hope, Sylvio Korytowski. "A busca pela conveniência no bairro está voltando para o mercado", afirma o executivo.

Para quem pretende investir nesses formatos mais econômicos, o sócio da consultoria Francap, André Friedheim, alerta que não é porque o investimento é menor que o cuidado na escolha deve seguir o mesmo caminho.

"O dinheiro não aceita desaforo. Não é apenas essa a cabeça que o empreendedor tem que ter na hora de se decidir por um investimento", alerta o especialista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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