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Ex-panfleteiro cria escola de games no interior da Bahia

Como um entregador de panfletos criou uma escola para desenvolvedores de games que já tem 15 unidades no Nordeste e Norte do país -- e os próximos passos desse negócio.

O empreendedor Diego Monteiro em uma das unidades da escola de efeitos visuais Gracom (Divulgação)

Mariana Desidério

Publicado em 21 de agosto de 2015 às 06h00.

São Paulo – Há alguns anos, estudar efeitos visuais era algo caro e restrito a quem pudesse viver em grandes centros econômicos, como São Paulo e Rio de Janeiro. Não mais. A Gracom, rede de escolas de computação gráfica, tem crescido em cidades do Norte e do Nordeste do país, atendendo à demanda reprimida de quem vive nessas regiões.

Fundada em 2008, na Bahia, hoje a rede tem 15 unidades em cidades como Fortaleza (CE), Belém (PA), Recife (PE) e Manaus (AM), e deve chegar a 11 mil alunos até o final de 2015. Agora, o grupo fechou uma parceria com a consultoria Cherto, e vai investir na expansão através de franquias . O objetivo é chegar a 72 unidades até 2017. Já o faturamento da rede deve saltar de 16 milhões de reais em 2014 para 21 milhões neste ano. Esse plano de expansão visa aproveitar o bom momento do mercado de games - de acordo com uma pesquisa da Newszoo, o setor deve crescer 18% na América Latina em 2015.

Ex-panfleteiro

O fundador da empresa, Diego Monteiro, nunca trabalhou com tecnologia, muito menos com games ou cinema. Seu interesse pelo setor começou quando ele distribuía panfletos de uma escola de computação no Rio de Janeiro. De família pernambucana, o empreendedor vivia com parentes na capital fluminense, e desde adolescente trabalhava para ajudar a pagar as contas.

“Gostava do trabalho com os panfletos. Tinha metas, precisava mostrar resultados”, lembra. Porém, Monteiro conta que sua família queria que ele seguisse uma carreira pública. Jovem, ele obedeceu e chegou a passar no concurso para a academia militar. Mas não se adaptou. “Sempre gostei de metas, não me via no setor público. Larguei a academia e voltei a distribuir panfletos”, lembra.

A ideia para criar sua própria escola de computação veio durante o trabalho num evento para fãs de animes (desenhos animados japoneses). “Percebi que era uma área com muito púbico, mas com pouca gente que soubesse produzir. A escola em que eu trabalhava ensinava só o pacote Office, como a maioria na época”, lembra.

Feira de Santana

Foi o “start” para a ideia de criar uma escola de computação gráfica acessível. “Eu ouvia falar de brasileiros que trabalhavam na Marvel, na Pixar, e via que a maioria era autodidata. Estávamos engatinhando nessa área no Brasil. A tecnologia estava em polos específicos, como Rio e São Paulo, e os cursos eram caríssimos”, afirma.

Monteiro se uniu a um sócio investidor e deu início ao negócio. A empresa começou na cidade de Feira de Santana, interior da Bahia, bem longe de onde os estudantes de computação gráfica estavam acostumados a estudar. “Eu tinha poucos recursos, então resolvi começar numa região mais barata. Hoje vejo que mudamos a mão de obra desse setor e ajudamos a expandir a tecnologia pelo país”, afirma.

Dentre os conteúdos oferecidos pela Gracom estão arte e desenvolvimento de games, animação 3D, efeitos especiais para cinema, desenho para arquitetura e esculturas para computação gráfica. Hoje, a Gracom é um centro de treinamento autorizado pela Adobe. A mensalidade dos cursos fica entre 250 e 450 reais e, segundo o empreendedor, os alunos têm uma empregabilidade de 75%.

Em seu projeto de expansão, a rede agora quer abrir unidades também nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país. Para os franqueados, o investimento inicial é de 230 a 250 mil reais, com prazo de retorno de 14 a 18 meses. O faturamento médio de uma escola é de 150 mil por mês, segundo a franqueadora.

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São Paulo – Há alguns anos, estudar efeitos visuais era algo caro e restrito a quem pudesse viver em grandes centros econômicos, como São Paulo e Rio de Janeiro. Não mais. A Gracom, rede de escolas de computação gráfica, tem crescido em cidades do Norte e do Nordeste do país, atendendo à demanda reprimida de quem vive nessas regiões.

Fundada em 2008, na Bahia, hoje a rede tem 15 unidades em cidades como Fortaleza (CE), Belém (PA), Recife (PE) e Manaus (AM), e deve chegar a 11 mil alunos até o final de 2015. Agora, o grupo fechou uma parceria com a consultoria Cherto, e vai investir na expansão através de franquias . O objetivo é chegar a 72 unidades até 2017. Já o faturamento da rede deve saltar de 16 milhões de reais em 2014 para 21 milhões neste ano. Esse plano de expansão visa aproveitar o bom momento do mercado de games - de acordo com uma pesquisa da Newszoo, o setor deve crescer 18% na América Latina em 2015.

Ex-panfleteiro

O fundador da empresa, Diego Monteiro, nunca trabalhou com tecnologia, muito menos com games ou cinema. Seu interesse pelo setor começou quando ele distribuía panfletos de uma escola de computação no Rio de Janeiro. De família pernambucana, o empreendedor vivia com parentes na capital fluminense, e desde adolescente trabalhava para ajudar a pagar as contas.

“Gostava do trabalho com os panfletos. Tinha metas, precisava mostrar resultados”, lembra. Porém, Monteiro conta que sua família queria que ele seguisse uma carreira pública. Jovem, ele obedeceu e chegou a passar no concurso para a academia militar. Mas não se adaptou. “Sempre gostei de metas, não me via no setor público. Larguei a academia e voltei a distribuir panfletos”, lembra.

A ideia para criar sua própria escola de computação veio durante o trabalho num evento para fãs de animes (desenhos animados japoneses). “Percebi que era uma área com muito púbico, mas com pouca gente que soubesse produzir. A escola em que eu trabalhava ensinava só o pacote Office, como a maioria na época”, lembra.

Feira de Santana

Foi o “start” para a ideia de criar uma escola de computação gráfica acessível. “Eu ouvia falar de brasileiros que trabalhavam na Marvel, na Pixar, e via que a maioria era autodidata. Estávamos engatinhando nessa área no Brasil. A tecnologia estava em polos específicos, como Rio e São Paulo, e os cursos eram caríssimos”, afirma.

Monteiro se uniu a um sócio investidor e deu início ao negócio. A empresa começou na cidade de Feira de Santana, interior da Bahia, bem longe de onde os estudantes de computação gráfica estavam acostumados a estudar. “Eu tinha poucos recursos, então resolvi começar numa região mais barata. Hoje vejo que mudamos a mão de obra desse setor e ajudamos a expandir a tecnologia pelo país”, afirma.

Dentre os conteúdos oferecidos pela Gracom estão arte e desenvolvimento de games, animação 3D, efeitos especiais para cinema, desenho para arquitetura e esculturas para computação gráfica. Hoje, a Gracom é um centro de treinamento autorizado pela Adobe. A mensalidade dos cursos fica entre 250 e 450 reais e, segundo o empreendedor, os alunos têm uma empregabilidade de 75%.

Em seu projeto de expansão, a rede agora quer abrir unidades também nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país. Para os franqueados, o investimento inicial é de 230 a 250 mil reais, com prazo de retorno de 14 a 18 meses. O faturamento médio de uma escola é de 150 mil por mês, segundo a franqueadora.

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