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Empresa cria recifes artificiais para prática de surfe

Nascida em 2005, a companhia faz parte da incubadora de empresas do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da UFRJ

Surfistas: o turismo resultante da prática do surfe movimenta em torno de US$ 7 bilhões por ano em todo o planeta (Flickr/Tiago Vidal Dutra)
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Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2014 às 17h58.

O litoral de Maricá, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, ganhará em 2015 uma plataforma de recife artificial. Ainda neste semestre, a prefeitura abrirá licitação para a construção do empreendimento, cuja técnica é pioneira em todo o mundo.

O projeto foi desenvolvido pela Arrecifes Artificiais Multifuncionais (Aram). Nascida em 2005, a companhia faz parte da incubadora de empresas do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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Segundo Maurício Carvalho de Andrade, diretor da Aram, o recife artificial impulsionará o turismo marítimo no estado do Rio de Janeiro, ao incentivar a prática do surfe e melhorar as condições de balneabilidade. O principal benefício, no entanto, será ambiental porque as estruturas diminuem a erosão costeira, problema que ameaça as regiões litorâneas em todo o mundo.

O recife artificial é basicamente uma estrutura marinha que dissipa a energia da onda a partir do momento em que a ondulação passa em cima dela. “A ondulação, interagindo com a plataforma, ganha o formato de tubo, ideal para surfistas”, diz Andrade.

As plataformas também terão valor científico porque serão constantemente monitoradas. “Por meio do estudo do comportamento da ondulação sobre a plataforma, podem ser retirados dados que ajudarão a ciência a resolver uma série de problemas de erosão”, acrescenta. “Na verdade, elas são laboratórios móveis.”

O método de instalação e de retirada das estruturas móveis foi patenteado pela Aram não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos e na Austrália. Segundo o diretor da empresa, as iniciativas para criação de recifes artificiais registradas no exterior não funcionaram porque utilizaram materiais, como sacos de areia e pneus, que reduziram a eficácia.

“Todos eles [recifes artificiais] perderam a forma por algum motivo”, destaca Andrade. “Além disso, esses materiais deixaram problemas ambientais porque não podem ser mais removidos do fundo d'água.”

Para resolver o problema, o projeto da empresa incubada na Coppe prevê o uso de plataformas móveis. Cascos de aço com tanques internos para lastro, elas serão construídas em estaleiros e podem ser deslocadas, com flutuação própria, até o local de submersão e de ancoragem.

O sistema de lastro permitirá que as plataformas móveis sejam reinstaladas em outro local ou até retiradas de forma definitiva. “Basta injetar ar, que a plataforma boia e é levada embora”, explica Andrade. Pelo fato de serem feitas de aço e ficarem sempre sob a água, a durabilidade das plataformas é elevada, estimada em pelo menos 35 anos.

Em Maricá, as estruturas ficarão a 60 metros da praia, com expectativa de gerar ondas perfeitas para surfe durante todo o ano. O projeto também está aberto a investimentos do setor privado. Segundo Maurício Andrade, o turismo resultante da prática do surfe movimenta em torno de US$ 7 bilhões por ano em todo o planeta, dos quais parte pode ser atraída para o país por meio de recifes artificiais.

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