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De olho no Brasil, Nuvem Shop capta investimento de R$ 24 milhões

A empresa de plataformas para e-commerce recebeu um grande aporte dos fundos Elevar Equity, KaszeK Ventures e Ignia Partners

José Abuchaem, Martín Palombo, Alejandro Vazquez, Santiago Sosa e Alejandro Alfonso: sócios fundaram a Nuvem Shop, na Argentina (Nuvem Shop/Divulgação)

Mariana Fonseca

Publicado em 6 de setembro de 2017 às 16h15.

Última atualização em 6 de setembro de 2017 às 17h39.

São Paulo – A Nuvem Shop - negócio que oferece plataformas de e-commerce para micro, pequenas e médias empresas - tem seus olhos no Brasil desde 2011, ano de sua fundação. Agora, irá apostar ainda mais no país – e tem capital para isso.

O negócio anunciou exclusivamente a EXAME o recebimento de um novo aporte, no valor de 24 milhões de reais. O investimento foi liderado pelo Elevar Equity, fundo com sedes em Bangalore (Índia), Bogotá (Colômbia) e Seattle (Estados Unidos). Além do Elevar, os grupos KaszeK Ventures e Ignia Partners completam o investimento.

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As metas do negócio, que tem por missão democratizar lojas virtuais de excelência, são agressivas: em médio prazo, pretende ultrapassar 100 mil clientes atendidos e chegar a 100 milhões de reais em faturamento.

Nuvem Shop: história e funcionamento

O engenheiro Santiago Sosa co-fundou a Nuvem Shop em 2011, na Argentina. Mesmo assim, desde o começo do negócio o argentino já tinha uma metodologia que chamou de “Brasil First”: priorizar o mercado brasileiro na hora de expandir.

Já em 2012, o negócio conseguiu montar um escritório por aqui após um investimento-anjo de 300 mil dólares, por meio do fundo KaszeK Ventures. O grupo de investimento em capital de risco, criado por ex-diretores do Mercado Livre, já aportou em empresas brasileiras como Contabilizei, Loggi, Netshoes e Nubank.

Segundo Sosa, a Nuvem Shop possibilita que qualquer micro, pequena ou médio empresa possa desenvolver sua loja virtual e vender pela internet. “Oferecemos sites 100% seguros, otimizados para buscas, integrados com meios de pagamento, marketplaces e transportadoras parceiras. Além disso, temos ferramentas de administração diária, como catálogo de produtos, preços e estoque.”

Como monetização, o negócio cobra uma mensalidade fixa pela utilização da plataforma. Os pacotes vão de 29 a 499 reais mensais.

A Nuvem Shop foi crescendo na Argentina, no Brasil e em outros países da América Latina. Em 2013, o negócio recebeu mais um investimento, no valor de 600 mil dólares, do fundo brasileiro Trindade Investimentos. Em dezembro de 2014, conquistaria seu terceiro aporte de, 2,75 milhões de dólares, liderado pela KaszeK.

“Desde então, a gente começou a melhorar progressivamente atendimento, tecnologia de produto e qualidade do serviço”, afirma Sosa.

Hoje, a Nuvem Shop conta com um total de 100 funcionários, localizados principalmente nos escritórios de Buenos Aires e São Paulo.

O mercado brasileiro representa mais da metade do faturamento do empreendimento, que possui 16 mil clientes espalhados por diversos países da América Latina.

Até o fim deste ano, a previsão é que sejam movimentados 500 milhões de reais pelos clientes da Nuvem Shop, que deve faturar 15 milhões de reais no acumulado de 2016.

Escritório da Nuvem Shop (Nuvem Shop/Divulgação)

Novo aporte e planos para o futuro

O investimento divulgado esta semana pelo negócio é um Série B, no valor de 7 milhões de dólares (24 milhões de reais, pela cotação atual).

Quem liderou o aporte foi o fundo Elevar Equity, que possui sedes em Bangalore (Índia), Bogotá (Colômbia) e Seattle (Estados Unidos). O Elevar foca em negócios de caráter democrático, criados em países emergentes.

“É um fundo que, basicamente, procura ter uma visão de grande impacto”, diz Sosa. Além do Elevar Equity, o KaszeK Ventures e o Ignia Partners, que investe principalmente em companhias de alto crescimento que miram no mercado emergente da classe média no México.

“O objetivo é continuar ampliando nossos serviços e melhorando nossos produtos, especialmente no Brasil e na Argentina”, afirma o co-fundador. “Outro objetivo que hoje estamos colocando como importante para a empresa é continuar a expandir em outros países da América Latina, especialmente no México, com a entrada do Ignia.”

Três áreas-chave serão o destino do aporte de 24 milhões de reais. A primeira é a de mobilidade de soluções. “Já investimos há algum tempo e metade das vendas de nossos clientes ocorrem pelo celular hoje. É uma média acima do mercado.”

Depois, a Nuvem Shop investirá em integrações locais aos e-commerces: por exemplo, parcerias com novas meios de pagamento, sistemas de cobrança e transportadoras. Por fim, prestará mais atenção ao atendimento a empresas de maior volume.

“Não é que a gente deixe de se importar com o pequeno cliente, que continua sendo nosso foco. Porém, nosso serviço tem evoluído e atraímos clientes que vendem um valor maior pela nossa plataforma - e queremos atendê-los.”

A Nuvem Shop trabalha suas métricas em um horizonte de três ou quatro anos. A expectativa é ter mais de 100 mil clientes, sendo que o Brasil deverá ser ainda mais presente nessa composição: representará 70% da receita da Nuvem Shop, seguido por Argentina (20%) e México (10%). O faturamento deverá saltar para 100 milhões de reais, estima o negócio.

“Numericamente, estamos chegando a dezenas de milhares de clientes e queremos ajudar centenas de milhares no futuro. Movimentamos centenas de milhões, mas queremos movimentar bilhões. Temos uma visão agressiva de crescimento”, conclui Sosa.

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