São Paulo - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou nesta quinta-feira em São Paulo uma linha de crédito exclusiva para as pequenas e médias empresas brasileiras do setor de tecnologia da informação que pretendam investir em inovação.
O programa tem um volume de crédito calculado em R$ 300 milhões, com uma taxa de juros anual de 4%, para empresas de perfil "inovador", segundo a apresentação da MPME Inovadora, como foi chamada a linha de crédito do BNDES e da Desenvolve SP, a agência estadual de fomento.
"A empresa que tem um cartão do BNDES já é classificada como inovadora", sem burocracia para apresentar projetos que justifiquem essa categoria, explicou à Agência Efe a diretora de Inovação da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), Jamile Sabatini.
A ABES reúne mais de 80% das empresas do setor de tecnologia da informação e é responsável por apresentar a MPME Inovadora às pequenas e médias empresas.
Segundo a ABES, o setor de tecnologia da informação no Brasil é um dos maiores do mundo, com uma participação de 3% no mercado mundial e níveis de crescimento que triplicam a média internacional ao alcançar um avanço anual de 4,8%.
Pelo potencial do mercado, assinalado pela ABES, a linha de crédito poderá impulsionar um aumento do setor dentro da economia brasileira.
"Foi a partir dessas experiências que começamos a conversar com o BNDES, demonstrando que, ao colocar recursos na inovação, as empresas crescem. O retorno para a sociedade é enorme porque gera emprego, gera renda e traz desenvolvimento econômico", destacou Sabatini.
O programa "Juro Zero" realizado no estado de Santa Catarina, por exemplo, repassou R$ 20 milhões para 37 empresas da região por meio da FINEP.
Em Santa Catarina, contou Sabatini, algumas pequenas e médias empresas chegaram a crescer até 5.000% com esse incentivo.
Em um ano, o governo estadual recuperou o dinheiro repassado para essas pequenas e médias empresas com os próprios impostos das empresas que aumentaram consideravelmente seu faturamento, muitas delas graças às exportações.
"Em 2008 foi a época de crise e alguns empresários nos contaram que, se não fosse esse recurso, eles tinham quebrado", declarou Sabatini, para quem com os atuais números desfavoráveis para a economia, "é importante que as empresas busquem este recurso".
Sabatini, no entanto, admitiu que a taxa anual de 4% para a nova linha de crédito é a menor de mercado e por isso "as empresas têm que saber aproveitar essa oportunidade".
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1. Pesquisa e desenvolvimento
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1/10 (Getty Images)
São Paulo – A patente é uma das principais provas do desenvolvimento científico e tecnológico de um país ou empresa. No entanto, nessa corrida o Brasil ainda está atrasado. Apesar de o país ter figurado no 13º lugar em volume de produção científica no mundo, em 2008, segundo relatório da UNESCO, o número de patentes registradas ainda é baixo. De acordo com dados de 2009 da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Wipo, na sigla em inglês), o Brasil ficou em 25º lugar em registros de patentes internacionais, com 355 pedidos. Os Estados Unidos ficaram em primeiro, com 45.790. Mesmo estando em uma posição longe do ideal, o Brasil tem melhorado. Segundo o INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial -, as patentes nacionais concedidas entre 2007 e 2009 saltaram de 1.842 para 3.153. O número de análises feitas por ano pelo INPI também aumentou, passando de 9.643, em 2005, para 16.878, em 2009. A pedido de EXAME.com, o INPI divulgou a lista das empresas brasileiras que foram campeãs em depósitos de patentes, entre 2005 e 2009. Os dados de 2010 não podem ser incluídos, segundo o instituto, porque há um período de sigilo de 18 meses para cada patente. Confira.
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2. Petrobras, a campeã das patentes
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2/10 (Divulgação)
De 2005 a 2009, a Petrobras depositou 534 patentes no INPI, se tornando a empresa brasileira de maior destaque nesse quesito. A produção do conhecimento é garantida pelas parcerias da empresa com universidades e centros tecnológicos por meio do Cenpes, o Centro de Pesquisas da Petrobras (foto). A companhia possui, atualmente, parcerias com cerca de 80 instituições de pesquisa e desenvolvimento, espalhadas por 19 estados brasileiros. Segundo a empresa, o investimento anual médio na área de inovações tecnológicas tem sido de 400 milhões de reais. Essa preocupação da Petrobras com seu desenvolvimento científico garantiu à empresa o 41º lugar na lista das 50 empresas mais inovadoras do ano de 2009, no ranking divulgado pela revista americana Bloomberg BusinessWeek.
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3. Usiminas pesquisa até energia eólica
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3/10 (Kiko Ferrite)
Com 297 patentes depositadas de 2005 até o ano passado, a Usiminas é um exemplo de que é possível inovar também em setores considerados tradicionais, como a siderurgia. Depois de uma reestruturação, feita em 2008, a companhia ficou mais aberta e mais focada no setor de pesquisa e desenvolvimento. A mudança na gestão deu origem à Diretoria de Pesquisa e Inovação, que unificou os processos inovadores, que ocorriam de forma dispersa entre os outros departamentos. Dentro do leque de responsabilidades da nova equipe, concentram-se a transferência de tecnologia, gestão do conhecimento e da inovação, e pesquisa e desenvolvimento. Por meio do Centro de Tecnologia Usiminas (CTU), antigo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, a companhia quer se voltar, principalmente, para as descobertas para os mercados de energia eólica, óleo e gás e construção civil. O CTU já recebeu mais de 100 milhões de doares em investimentos, desde sua fundação, em 1971, incluindo equipamentos e instalações. Para os próximos anos, a ideia é investir ainda mais na modernização e no desenvolvimento dos laboratórios do centro.
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4. Arno e a busca por novos negócios
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4/10 (Fabio Mangabeira)
Inovação é algo característico do Grupo SEB, dono da marca Arno, que ocupa o terceiro lugar em depósitos de patentes no INPI, com 206 pedidos. Só em 2007, a empresa lançou 250 novos produtos no mercado mundial. Desde que foi comprada pelo Grupo SEB, em 1997, a marca Arno recebeu mais investimentos para projetos de inovação e, assim, poder se reposicionar no mercado.
O crescente investimento em pesquisa e desenvolvimento resultou em novos artigos nas linhas de liquidificadores, ventiladores e ferros de passar roupa. Somente no ano passado, a Arno lançou cerca de 20 produtos novos. Além de buscar novidades para seus itens tradicionais, a empresa também ingressou em novos negócios, como a linha de cuidados pessoais e aspiradores, para dar mais força à inovação.
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5. Vale cria instituto para acelerar inovação
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5/10 (Anderson Schneider/VEJA)
Acostumada a figurar no topo de diversas listas, como a de maior empresa privada do país e maior produtora de minério de ferro do mundo, a Vale ocupa apenas a quarta posição no ranking do INPI, com 190 depósitos de patentes em quatro anos. A companhia possui três laboratórios de pesquisa. Dois deles estão no Brasil: o Centro de Desenvolvimento Mineral (CDM) e o Centro de Tecnologia em Ferrosos (CTF). O outro é o canadense Vale Technical Services Limited (VTSL). As parcerias com agências de fomento à pesquisa e universidades de vários estados brasileiros e até outros países, como Suíça, China, Austrália, Holanda e França, também são parte significativa para a inovação na empresa. Em 2009, a Vale lançou outra iniciativa para ampliar suas pesquisas, o Instituto Tecnológico Vale (ITV). A primeira unidade do instituto está sendo instalada no Pará e tem foco em sustentabilidade. Além dessa, o ITV ainda terá unidades de pesquisa em Minas Gerais e São Paulo, com foco em mineração e energia. Os projetos da Vale no campo da inovação estão reunidas no site inovacaovale.com.br.
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6. Embraco aplica 4% da receita em pesquisa
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6/10 (Dibulgação)
Não importa quando ou em que circunstâncias, a fabricante de compressores Embraco sempre separa 4% de seu faturamento anual para investir em inovação. Entre 2005 e 2009, a empresa, que é controlada pela Whirlpool, entrou com pedido de 145 patentes no INPI. Além da quantia garantida para os projetos, a Embraco também conta com parcerias com universidades e instituições do governo, mais de 40 laboratórios nas fábricas e 450 profissionais especializados na área tecnológica. Todo esse empenho na área levou a empresa a receber, neste ano, pela terceira vez, o Prêmio FINEP de Inovação nas categorias Grande Empresa e Gestão da Inovação.
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7. Souza Cruz, inovação para vencer restrições de mercado
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7/10 (Cleo Velleda/EXAME)
Os 124 depósitos de patentes da Souza Cruz entre 2005 e 2009 são fruto de ações integradas de tecnologia e inovação desenvolvidas no Regional Product Centre para as Americas (RPC Americas). Esse centro de excelência coordena regionalmente o desenvolvimento de produtos da British American Tobacco, grupo que engloba Souza Cruz. O RPC Américas surgiu em 2007, fruto da integração do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da empresa (no Rio de Janeiro) com a unidade fabril de Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul. Investir em inovação é uma das apostas da empresa para superar as crescentes restrições ao fumo no país. Com uma estrutura composta por 19.800 metros quadrados de área construída, o RPC tem cinco blocos integrados de laboratórios e uma planta piloto voltada para o desenvolvimento de amostras de cigarros e novos tipos e processos de fabricação. A construção do centro demandou um investimento de 150 milhões de reais. Hoje, o RPC é um dos únicos centros de pesquisas da British American Tobacco capacitado para fazer todas as análises de fumo e cigarros exigidas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, órgão do Ministério da Saúde).
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8. Duratex coloca a construção civil no ranking
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8/10 (Divulgação)
A Duratex, fabricante de painéis de madeira industrializada e metais sanitários, conta com uma forte estrutura para manter os 117 pedidos de patente feitos entre 2005 e 2009. O complexo industrial da empresa engloba 12 unidades distribuídas pelo Brasil – oito ficam em São Paulo, duas no Rio Grande do Sul, uma em Minas Gerais, uma em Pernambuco e uma no Rio de Janeiro. Para obter matéria-prima, a empresa tem 224.000 hectares de florestas plantadas, principalmente de eucalipto, em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Até 2012, a empresa planeja investir 368 milhões de reais, sendo que 220 milhões vão para a Divisão Deca e 148 milhões para a Divisão Madeira. Parte dos recursos será aplicada em pesquisa e desenvolvimento de produtos para, assim, acompanhar as tendências do mercado consumidor.
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9. Cosipa, outra siderúrgica na lista
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9/10 (Keiju Kobayashi/VEJA)
Completamente integrada à Usiminas desde março de 2009, a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa) acumulou 102 pedidos de patentes de 2005 até o ano passado. Depois de privatizada, em 1993, a empresa foi reestruturada e focou em ganhos de produtividade e na modernização de seu parque fabril. Um dos focos para crescer foi o investimento em inovação dos processos siderúrgicos, mesmo após ter sido a siderúrgica de pior desempenho do país quando ainda era estatal. A renovação do parque industrial da Cosipa, encerrada em 2001, foi um forte impulso para a empresa, que passou a operar com capacidade máxima, cumprindo um plano de investimento de 1,1 bilhão de reais.
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10. CSN e a Lei do Bem
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10/10 (Alexandre SantAnna/VEJA RIO)
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) é a última da lista de maiores pedidos de patente, entre 2005 e 2009, com 98 depósitos. Com um investimento de cerca de 30 milhões de reais por ano em pesquisa e desenvolvimento, a empresa usa a chamada Lei do Bem, que dá incentivos fiscais a quem investe em P&D, desde a criação da legislação, em 2006. As inovações se consolidaram na CSN a partir de 2004, quando a companhia criou uma lata de leite condensado em um novo formato. Apesar de possuir um centro de pesquisa e desenvolvimento específico, a empresa incentiva a criação de novas ideias e processos em todos os setores e unidades.