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Após comprar a MEI Fácil e agora a Magliano Invest, o que a Neon quer ser?

A entrada da General Atlantic e do BV, com aporte de R$ 400 milhões, acelerou a escalada da fintech, que entrará na briga com plataformas de investimento

Neon: 9 milhões de contas digitais entre pessoas físicas e jurídicas (Neon/Divulgação)
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Natália Flach

Publicado em 16 de julho de 2020 às 17h00.

Última atualização em 20 de julho de 2020 às 10h26.

Ao montar um ecossistema para atender às diversas demandas financeiras de seus clientes, a fintech Neon está indo além dos pagamentos que carrega no nome. No fim de 2019, comprou a MEI Fácil, plataforma que oferece serviços para microempreendedores, e, nesta quinta-feira, 16, anunciou a aquisição da licença da corretora Magliano Invest — a carteira de clientes e a gestão dos fundos já tinham sido vendidas para a Guide. "O objetivo é se tornar a casa preferencial dos clientes, seja no que se refere a cartões e a contas digitais, seja em investimentos", afirmaFabio Ramalho, responsável pela área de investimentos da Neon.

A entrada do fundo General Atlantic e do BV em novembro do ano passado — com aporte de 400 milhões de reais — acelerou a escalada da fintech que agora entrará na briga com grandes plataformas de investimentos, como o BTG Digital (que pertence ao mesmo grupo controlador da EXAME). A diferença é o público que, no caso da Neon, é de baixa renda.

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Cerca de 30% dos novatos na B3 fazem aplicação inicial de 500 reais, enquanto 40% fazem de 500 reais a 5.000 reais. É claro que isso pode significar cautela, mas também pode ser uma democratização do acesso, tal como aconteceu com Murilo Duarte — mais conhecido como Favelado Investidor. Esse é o público da Neon, quetem hoje 9 milhões de contas abertas entre pessoas físicas e jurídicas.

Não foi divulgado o valor da transação com a Magliano, que ainda precisa do aval do Banco Central para se concretizar. Até que isso aconteça, a ideia é estreitar o relacionamento com os clientes para entender os produtos e serviços que melhor se adequam à realidade deles. "O ponto de partida tem de sera definição dos objetivos de vidapara que, a partir daí, possamos ajudá-los a escolher os investimentos, oferecendo informação financeira", explica.

A escolha da Magliano não foi por acaso. A corretora de 90 anos — registrada como a 001 na bolsa — sempre se pautou pela educação financeira. "Houve um boom na bolsa entre 1969 e 1970, mas logo depois veio uma crise. Os investidores fugiram e só voltaram 20 anos depois", relembra Raymundo Magliano Neto, presidente da corretora que leva seu sobrenome. "Vimos que a Neon se preocupa com o lado educacional, e é aoportunidade de trazer a baixa renda para a bolsa. Não importa o tamanho do dinheiro de cada um."

Perguntado sobre o futuro, Magliano diz que ele e o pai, ex-presidente da bolsa, ainda não têm nada certo, mas de uma forma ou de outra continuarão no mercado de capitais.

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