8 franquias contam os segredos para encontrar o ponto ideal
Redes com centenas de unidades dão as dicas essenciais para a busca do ponto comercial
Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2014 às 05h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h59.
São Paulo – Encontrar um ponto comercial é o desafio de muitas franquias atualmente. Com preços altos, a busca pode levar até um ano para ser finalizada. Em redes de franquias, este trabalho depende muito do conhecimento do franqueador, que deve ajudar ativamente o franqueado a encontrar a localização ideal para o negócio ter resultado positivo. Vale lembrar que o ponto é parte fundamental do negócio e que o custo de locação não está incluso no investimento inicial. EXAME.com consultou redes que tem centenas de unidades para saber quais são os segredos para encontrar o ponto ideal.
A rede de fast food tem 1200 unidades em operação atualmente. Segundo Sergio Iunis, diretor de expansão, encontrar o ponto costuma demorar até 60 dias. “Levamos em conta a geografia de mercado do local, a viabilidade do ponto e os polos geradores de consumidores próximos, como escolas e bancos. Muitas vezes, o ponto pode estar na avenida certa para o negócio, mas no quarteirão errado”, explica. Hoje, a rede tem 60% das unidades dentro de shoppings. A busca nesses centros também tem suas particularidades. “Levamos em consideração a análise feita pelo próprio empreendimento, além de nossa pesquisa sobre o mix de lojas oferecido, outras marcas presentes na praça de alimentação, oferta de cinemas e localização em relação às lojas âncoras”, diz Iunis. O investimento inicial em uma franquia do Bob’s é de 770 mil reais, com faturamento médio mensal de 150 mil reais e lucro médio de 12% a 15% deste valor. O retorno costuma levar de 36 a 48 meses.
A rede de serviços de reparo e reformas tem 550 unidades, a maioria no Brasil. Todas estão instaladas em pontos comerciais de rua. Segundo Evandro Pinotti, diretor de Operação do grupo Resolve Franchising, é importante um local com alto fluxo de veículos e quanto maior o tamanho da fachada, melhor. “A questão da fachada é especialmente importante pois podemos entender que ela é como um outdoor fixo”, explica. Além disso, ter área de estacionamento é indispensável. “Isso estimula o cliente a parar para conhecer ou realizar uma solicitação. Esse estudo é conduzido com participação ativa do franqueado, que deve conhecer a região em que irá atuar”, diz Pinotti. Os novos franqueados levam de 20 a 45 dias para localizar o ponto ideal. Além das características físicas, uma análise financeira ajuda a escolher o local. “É preciso saber se o capital disponível apontado pelo investidor comporta essa implantação em um primeiro momento ou se o melhor caminho é a atuação home office”, indica. Uma franquia da Doutor Resolve tem investimento mínimo de 44 mil reais. O ponto costuma ter de 30 a 200 metros quadrados. O faturamento médio mensal é de 30 mil reais, com lucro médio de 20%. O prazo de retorno é de até 36 meses.
A Fundação Fisk, que compreende as marcas PBF e Fisk, tem mais de 1100 unidades em operação. “No caso de rede de ensino de idiomas, como a PBF, o ideal é procurar um imóvel próximo de escolas, empresas e avenidas por onde há acesso para pedestres”, explica Eric Neves, supervisor de franquias da Fundação Fisk. Espaço físico adequado, autorização para operar como ponto comercial, contrato de cinco anos, análise de concorrentes na região e estacionamento estão no checklist básico da rede. “A avaliação deve ser cautelosa, também pensando no custo-benefício”, diz Neves. A franquia da PBF exige investimento de 35 mil reais para operar e uma área mínima de 150 metros quadrados. O prazo de retorno do negócio é de 12 a 24 meses.
Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o Kumon tem mais de 1500 franquias no país. Júlio Cansi Segala, gerente de planejamento e pesquisa do Kumon, diz que todas as unidades estão em pontos de rua ou pequenos centros comerciais. Em média, a busca pelo ponto ideal leva 35 dias, mas pode passar de três meses. “A primeira busca é feita pelo candidato a franqueado, que apresenta três opções para a aprovação do franqueador. Temos vários critérios, como visibilidade e facilidade de acesso. Mas também analisamos o investimento que será necessário, em reformas, segurança e infraestrutura para a franquia”, diz. A franquia do Kumon exige investimento inicial de 25 mil a 50 mil reais. O ponto deve ter 40 metros quadrados. O faturamento médio mensal é de 21 mil reais, com lucratividade média sobre o faturamento de 20% a 30%.
O grupo Trigo, que gerencia as marcas Spoleto, Koni e Domino’s Pizza, tem mais de 550 unidades ao todo. Só do Spoleto são 360. Os três fatores que norteiam a busca do ponto são fluxo de gente, visibilidade e retorno financeiro. Segundo Henrique Pamplona, diretor geral do Spoleto, a empresa usa mapeamentos para escolher os melhores pontos. “Temos ferramentas que medem o percentual de endereços de classe A, B e C, o fluxo de pessoas em torno do ponto e fazemos um estudo completo com os concorrentes, preços praticados e custos fixos do entorno”, diz. Com 80% das franquias instaladas em shoppings, a rede toma cuidados especiais para pontos de rua. “No shopping, recebemos as informações praticamente prontas, ou seja, os indicadores do empreendimento. Na rua, demanda mais tempo e cuidado da franquia. A própria marca tem que mapear e fazer as medições”, explica. A franquia do Spoleto tem investimento inicial de 400 mil reais para uma loja de 30 metros quadrados. A expectativa de faturamento médio mensal é de 105 mil reais, com margem de 12% a 15%.
O Subway tem 1680 restaurantes no Brasil e mais de 40 mil no mundo. Com 70% das lojas em pontos de rua, a visibilidade é essencial. “A escolha do ponto é muito importante para o sucesso de qualquer negócio. Deste modo a acessibilidade e visibilidade do local seriam aspectos determinantes ao realizarmos essa escolha”, diz Roberta Damasceno, gerente nacional da rede. Com até seis meses para encontrar o local ideal, os franqueados são apoiados por agendes especializados na busca pelo ponto. “A análise é feita através de um estudo detalhado sóciodemográfico, munidos de informações sobre a população, mercado e economia de uma determinada região”, afirma. O investimento inicial da franquia é de 280 mil reais. As lojas devem ter área de 40 a 150 metros quadrados. O prazo de retorno do capital é de 24 a 36 meses.
Com 100% das 630 unidades instaladas em pontos de rua, a Prepara Cursos considera a escolha do ponto determinante para o sucesso da operação; “A escolha do ponto é uma das etapas mais importantes. No caso da Prepara Cursos, é o máster franqueado quem ajuda na escola”, diz Ronaldo Vieira, máster franqueado no interior paulista. Os aspectos mais importantes a serem analisados são localização, visibilidade, custo de implantação e custo operacional. A franquia tem investimento de 50 mil a 150 mil reais e precisa de uma área mínima de 80 metros quadrados. Cada unidade fatura em média 30 mil reais, com margem de 20% a 40%. O retorno acontece em 24 meses.
Com 411 lojas em operação no Brasil e nos Estados Unidos, a marca atua em vários tipos de ponto: 70% dos restaurantes estão em shoppings, 20% em rua e 10% em mercados. “O fator mais importante na escolha do ponto comercial é a localização. Também avaliamos quais operações vizinhas estão próximas, pois elas podem agregar valor à marca”, diz Eduardo Guerra, diretor de expansão Giraffas e Tostex. A escolha do ponto pode levar de três a 12 meses. “Para avaliação do ponto também é importante a contagem de passantes a pé e de carro em frente ao ponto em horários e dias distintos. Isso contribui para a tomada de decisão”, explica Guerra. Uma franquia do Giraffas tem investimento mínimo de 600 mil reais em shoppings. A área mínima exigida é de 60 metros quadrados. O faturamento mensal médio é de 170 mil reais. O retorno é calculado a partir de 36 meses de operação.