7 negócios para abrir nas horas vagas
Empreendedores contam como conciliam negócios e carreira e dão dicas para empreender no tempo livre
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2011 às 06h12.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h34.
São Paulo – Manter um emprego e tocar uma empresa em paralelo é o caminho que alguns empreendedores encontram para driblar as inseguranças de se aventurar no primeiro negócio. Mas a tarefa não é simples. Pouco tempo livre, trabalho aos finais de semana e stress muitas vezes fazem parte da rotina de quem opta pelo jornada dupla. Existem, porém, algumas atividades que são mais propícias para quem ainda não tem tempo para se dedicar integralmente ao negócio. Um quiosque, por exemplo, pode ser mais fácil de administrar, já que é menor e exige menos funcionários que uma loja tradicional de shopping. Recorrer a sócios e gerentes também é uma estratégia comum para os empreendedores que se dividiem entre emprego e negócio, especialmente aqueles que passam anos conciliando as duas tarefas. Confira a seguir sete negócios que podem ser administrados nas "horas vagas" e conheça a história de empreendedores que vivem esta rotina.
A consultoria é um caminho comum para quem quer conciliar mais de uma atividade profissional, já que normalmente oferece flexibilidade nos horários. Este é, em geral, um caminho seguido por profissionais com longa experiência em um determinado ramo. Segundo um estudo feito pela Catho, muitos executivos iniciam negócios de consultoria enquanto ainda estão empregados – é comum que eles inclusive prestem serviços aos próprios empregadores. Isso não significa, contudo, que o profissional tenha que oferecer consultoria apenas dentro da sua área de atuação. Um exemplo é o caso da dentista Bia Kunze, que tornou-se consultora em tecnologias móveis por acaso. Apaixonada por celulares, PDAs e afins, ela mantinha um blog dedicado ao assunto, batizado de Garota Sem Fio. O site se tornou cada vez mais popular e Bia acabou se tornando uma referência na área. A empreendedora soube aproveitar a oportunidade, especializando-se cada vez mais no assunto e abrindo uma consultoria para atuar no ramo. Ela não deixou de lado, contudo, a carreira de dentista. “Amo minha profissão, mas recuei um pouco nas horas dedicadas à odontologia para abrir uma empresa de consultoria em mobilidade”, ela explica. Não ter uma formação ou carreira prévia em tecnologia não foi um impeditivo para que ela se tronasse uma “especialista” na área – pelo contrário, até ajudou. “Não ser uma profissional de TI talvez tenha sido o diferencial, pois sem usar o jargão ‘informatiquês’, falo somente aquilo que interessa às pessoas comuns”, destaca.
As empresas de tecnologia, em especial as de internet, costumam nascer nas horas vagas dos empreendedores. Isso acontece porque geralmente esses negócios não demandam uma estrutura física complexa e podem ser facilmente administrados à distância, em especial na fase de abertura.
O empresário Eduardo Amato, 38 anos, criou o site de compras coletivas Beijocomqueijo.com e continua tocando o negócio ao mesmo tempo em que coordena um espaço cultural e dá aulas de teatro. “Não tem jeito de salvar o final de semana. Trabalhar aos sábados e domingos é importante para o negócio dar certo”, diz. A dica dele para ter sucesso é ter jogo de cintura e procurar um negócios que o entusiasme.
O empresário Eduardo Amato, 38 anos, criou o site de compras coletivas Beijocomqueijo.com e continua tocando o negócio ao mesmo tempo em que coordena um espaço cultural e dá aulas de teatro. “Não tem jeito de salvar o final de semana. Trabalhar aos sábados e domingos é importante para o negócio dar certo”, diz. A dica dele para ter sucesso é ter jogo de cintura e procurar um negócios que o entusiasme.
Seja uma loja de bairro ou uma franquia famosa, uma loja de roupas é um negócio que exige que o dono esteja sempre em contato com os funcionários que passam mais tempo lidando com os consumidores. Isso não significa, no entanto, que ele tenha que estar à frente do balcão. O fisioterapeuta André Carvalho Rodrigues, 37 anos, abriu junto com outros dois sócios uma loja da marca de lingeries Hope. “Por sermos homens, não precisamos e nem devemos estar diretamente na loja porque isso poderia intimidar as clientes”, explica. É nos bastidores que o empreendedor dá a sua contribuição para o sucesso do negócio. “A minha parte é a financeira. O segundo sócio fica com RH e pedidos e o terceiro com manutenção e marketing. Temos uma gerente, que funciona como uma quarta sócia, que toca a parte comercial dentro da loja”, conta. Para conciliar a vida de empresáro com a rotina de fisioterapeuta - que envolve atender em uma clínica e coordenar duas unidades de saúde -, Rodrigues explica que o segredo é dividir o trabalho de maneira organizada.
Escolas de idiomas, treinamentos ou aulas particulares são negócios que têm um fluxo grande de clientes fora do horário comercial, o que possibilita ao empreendedor que tem um emprego paralelo acompanhar a operação no seu momento mais crítico. É o caso da professora de matemática Marlene Sauko, 58 anos, que tem uma unidade da rede educacional norte-americana FasTracKids, que oferece cursos extracurriculares. “No período em que não estou dando aulas na escola, fico mais focada em resolver problemas e acompanhar os funcionários”, conta. Já Claudia Gomes, 35 anos, gerente de administrativa de uma exportadora, conta com uma ajuda essencial para tocar uma escola de idiomas CNA. “Tenho uma pessoa de muita confiança que está no cotidiano. Todos os dias por uma hora nós conversamos sobre o que acontece na escola e isso me ajuda a tomar decisões. Aos sábados, trabalho das 8 às 17 horas direto na unidade”, conta.
Quando o dono não é o principal profissional do salão, fica mais fácil conseguir dividir o tempo com outro emprego. É o caso de Patricia Antoninni. A advogada abriu com o irmão, que é dentista, o Werner Coiffeur e cuida de quase tudo através da web. “Hoje com a internet você consegue fazer muita coisa mesmo a distância”, diz. Isso possibilita que eles administrem o negócio de acordo com a disponibilidade de cada um, para não prejudicar a carreira de nenhum dos dois. “Fora o tempo em que estamos presentes, nós acompanhamos os processos, trocamos e-mails e contamos com a ajuda da equipe para tocar o negócio”, explica.
O mercado de festas é também um nicho de oportunidade para quem quer empreender nas horas vagas. Como os eventos normalmente acontecem à noite ou aos finais de semana, o empreendedor consegue estar presente para conferir o andamento do negócio mesmo se dedicando a uma outra atividade durante o dia. Marcelo Golfieri vem fazendo isso há 23 anos. Funcionário do Banco do Brasil, ele comanda a rede de buffets Cata-Vento, que já tem três unidades e deve encerrar este ano com faturamento de mais de 11 milhões de reais, crescendo 20% sobre o ano passado. O negócio deu tão certo que Golfieri criou uma operação de capacitação e consultoria para interessados em ingressar no ramo, a Universidade da Diversão, e está iniciando o processo de expansão da rede de buffets via franquias – a meta é chegar a 25 unidades em cinco anos. “A maior dificuldade, que seria o tempo, passa a ser administrável uma vez que a estrutura do negócio não é mais amadora e conta com uma organização com administradores e gerentes que mantém o processo em funcionamento e crescimento. O segredo é a profissionalização do negócio”, destaca o empreendedor.
Negócios menores que exigem menos funcionários também são mais simples de administrar à distância. Para a fonoaudióloga Daniela Shayeb, 38 anos, que também é franqueada da rede Nutty Bavarian em Bauru, o negócio ficou mais fácil quando aprendeu a definir prioridades. “Quando você delega tarefas, os colaboradores conseguem te ajudar muito e também passam a entender em quais situações precisam te acionar ou não”, diz. A rotina é comum para a maioria dos franqueados da rede: 59% deles se dedicam a uma atividade paralela ao negócio. Daniela divide a administração da franquia com os plantões em um hospital da cidade. “Trabalho 30 horas por semana como fonoaudióloga e nas horas vagas dou uma passada no ponto de venda para saber se está tudo bem. Nos dias em que não trabalho no hospital, passo todo o tempo no quiosque”, conta.