50 startups: Nuvemshop ajuda 70.000 lojistas na América Latina a vender online
A empresa, fundada em 2011 na Argentina, oferece ferramentas digitais para pequenos e médios empreendedores se digitalizarem. Em 2020, recebeu um aporte de US$ 30 milhões
Carolina Ingizza
Publicado em 23 de fevereiro de 2021 às 09h10.
Nascida no mesmo país em que o gigante latino-americano Mercado Livre , a argentina Nuvemshop também tenta revolucionar o e-commerce. Enquanto a “irmã mais velha” se tornou a empresa mais valiosa da América Latina com um marketplace que permite que qualquer pessoa compra e venda online, a startup foca seus esforços em ajudar os pequenos e médios lojistas a criar sua própria loja digital. No ano passado, as lojas que usam a sua plataforma de tecnologia transacionaram juntas 5 bilhões de reais.
O negócio foi fundado por Santiago Sosa, Alejandro Alfonso, Martín Palombo e Alejandro Vásquez em 2011. Apesar de criada na Argentina, a startup sempre mirou no mercado brasileiro para crescer. Em 2012, os sócios montaram um escritório no país após receber um investimento-anjo de 300.000 dólares do fundo Kaszek Ventures, de ex-diretores do Mercado Livre. A empresa hoje atua no Brasil, México e Argentina.
Com mensalidades que variam de 14 a 200 reais por mês, a startup oferece para os lojistas um jeito fácil de começar a vender online. Além do site personalizado, os empreendedores clientes da startup recebem ferramentas de pagamento, logística e atendimento. "Aproveitando as economias que a escala nos dá, conseguimos negociar melhores taxas com fornecedores e garantir que os pequenos lojistas tenham um e-commerce do mesmo nível que o de uma grande varejista", diz Alejandro Vásquez, diretor comercial e cofundador da Nuvemshop.
A Nuvemshop atua em um dos setores mais beneficiados pela pandemia. Só no Brasil, o faturamento anual do e-commerce cresceu 68%, ultrapassando 120 bilhões de reais, segundo a consultoria Neotrust/Compre & Confie. Além das lojas online estarem vendendo mais, a pandemia forçou milhares de empreendedores a migrar suas operações do balcão físico para o digital. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), 150.000 novas lojas online foram criadas de março a julho no Brasil.
A startup argentina conseguiu captar um pouco desses lojistas que estavam se digitalizando: de janeiro a dezembro de 2020, ela passou de 25.000 para 70.000 clientes usando sua plataforma. “O que aconteceu no ano passado não tem volta. Chegamos a um novo patamar, os lojistas estão cientes da importância de ter um canal de vendas direto com os consumidores”, diz Vásquez.
O crescimento expressivo no número de clientes atraiu investidores. Em outubro, a companhia anunciou a captação de um aporte de 30 milhões de dólares em uma rodada série C liderada pela Kaszek e pela Qualcomm Ventures, braço de investimento da empresa de tecnologia de mesmo nome. Com o cheque, os sócios estão investindo em três principais frentes: tecnologia, aquisição de clientes de porte maior e expansão internacional para Colômbia, Chile e Peru.
As metas a longo prazo são ambiciosas. Nos próximos cinco anos, a companhia quer continuar a dobrar o tamanho do negócio ano a ano e chegar à marca de pelo menos 400.000 clientes na América Latina. Para os sócios, ser uma startup unicórnio, avaliada em mais de 1 bilhão de dólares, ou abrir capital na bolsa, serão consequências desses objetivos. “Queremos ser a opção óbvia para qualquer lojista da América Latina que queira digitalizar seu negócio”, afirma o diretor.