Negócios

WeWork planeja demitir milhares de funcionários, diz site

Para Business Insider, demissões podem chegar a 25% do pessoal. Novos presidentes buscam se ater à principal atividade da WeWork

Escritório da WeWork: após IPO suspenso, imobiliária tecnológica trocou seu comando (Renato Pizzutto/Exame)

Escritório da WeWork: após IPO suspenso, imobiliária tecnológica trocou seu comando (Renato Pizzutto/Exame)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 4 de outubro de 2019 às 10h52.

A gigante de espaços imobiliários WeWork está planejando demitir milhares de seus 12.500 funcionários, de acordo com o site americano Business Insider. As demissões podem afetar de 10 a 25% do negócio, menos do que os três mil a cinco mil membros cortados de que se falavam anteriormente.

O enxugamento representa uma tentativa de equilibrar custos e concentrar os esforços da WeWork em sua principal atividade -- comprar ou alugar propriedades, reformá-las e alugar posições de trabalho com uma camada de design e tecnologia a empresas de diversos portes. São mais de 500 edifícios de coworking

A mudança vem diante da queda de sua avaliação de mercado, da suspensão momentânea de sua oferta pública inicial (ou IPO) e das trocas na presidência. O fundador e presidente Adam Neumann foi movido a diretor não-executivo da The We Company, grupo que controla a WeWork.

Os novos presidentes, Artie Minson e Sebastian Gunningham, estão adotando posições mais cautelosas. Além do foco na principal atividade da empresa, estão supostamente se desfazendo de startups que compraram recentemente, da expansão acelerada de seus prédios na Ásia e até mesmo de um jato personalizado de Neumann que valia 60 milhões de dólares.

 

Dilema entre crescer e poupar

A operação mais enxuta é uma resposta ao desafio de como a WeWork irá se sustentar pelos próximos trimestres. No modelo de operação usado até agora, altos investimentos em aquisição de imóveis e ações de marketing foram financiados por fundos de investimento como o SoftBank -- que pediu a saída de Neumann da presidência. Sem o IPO, resta a dúvida de se os fundos privados continuarão a apoiar a WeWork.

O faturamento da empresa foi de 1,8 bilhão de dólares em 2018, alta de mais de 200% em relação a 2017, segundo prospecto enviado à SEC. Contudo, a companhia registrou prejuízo de 1,9 bilhão de dólares no ano passado, o dobro do que foi perdido em 2017. Desde 2016, o prejuízo aumentou mais de 300%. Nos primeiros seis meses de 2019, a WeWork já perdeu 904,6 bilhões de dólares e teve faturamento de 1,5 bilhão de dólares.

Em sua nova fase, a WeWork precisará economizar. O paradoxo está em como fazer isso e, ao mesmo tempo, continuar expandindo o negócio — expansão que, até então, a empresa vendeu como essencial para sobreviver.

Acompanhe tudo sobre:DemissõesEstratégiaIPOsWeWork

Mais de Negócios

Dona da Fiat, Stellantis anuncia venda de veículos elétricos chineses no Brasil em 2024

Ele quer fazer R$ 2 milhões com máquina que imita o corpo humano para acabar com mosquitos da dengue

De olho na geração Z, fintech NG.Cash capta R$ 65 milhões em rodada liderada pela Monashees

Takeda chega a acordo de US$ 2,2 bilhões para desenvolver vacina contra Alzheimer

Mais na Exame