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Volkswagen precisa ampliar fatia de mercado no País

Hoje com 12% do setor de automóveis e comerciais leves, a montadora viu seu domínio cair a menos da metade de patamares históricos

Apesar da recuperação dos últimos 12 meses, o esforço de rejuvenescimento da marca e de produtos continua (Fabian Bimmer/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de novembro de 2017 às 08h43.

São Paulo - Em passagem "relâmpago" de dois dias pela Argentina e pelo Brasil, o presidente global da marca Volkswagen , Herbert Diess, afirmou que ainda não está satisfeito com os resultados no Brasil, apesar da recuperação da empresa no País no último ano.

Hoje com 12% do setor de automóveis e comerciais leves, a montadora viu seu domínio cair a menos da metade de patamares históricos.

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"O mercado hoje está mais competitivo, não vamos voltar a 30%. Mas não estamos satisfeitos", disse Diess, em entrevista no último sábado, em São Bernardo do Campo.

Os últimos anos foram desafiadores para a montadora alemã. Além de a empresa ter admitido a culpa em um escândalo global por burlar testes de emissões de poluentes de seus veículos a diesel, o que lhe rendeu multas bilionárias, a Volkswagen sofreu com a lentidão para se renovar - como resultado, sua linha de produtos ficou antiga e pouco atraente. No Brasil, o efeito foi tão forte que a alemã viu sua participação cair a menos de 7% em 2016.

Apesar da recuperação dos últimos 12 meses, o esforço de rejuvenescimento da marca e de produtos continua, afirma o presidente da Volkswagen Brasil e América do Sul, Pablo Di Si.

Até 2020, diz o executivo, estão previstos lançamentos de 14 novos veículos no País, entre desenvolvimentos locais e ideias globais adaptadas à realidade regional. Até lá, os investimentos vão somar R$ 7 bilhões.

Dentro desse processo de renovação, começaram no último sábado as entregas dos novos Polo, o "primo" mais compacto do Golf. Na quinta-feira, a montadora fará a apresentação do Virtus, que deverá ser lançado em janeiro de 2018.

Uma das questões em aberto, atualmente, é o destino do Gol, que está na linha da Volkswagen do Brasil desde o início dos anos 1980. O martelo sobre o modelo não está batido, segundo o presidente global da marca. "Não desistimos do Gol, mas nos programamos para dar uma solução de longo prazo para a carro em 2018."

Operação local

Diante do resultado do mercado de automóveis neste ano - a Anfavea, associação do setor, aponta alta de 28,5% na produção de veículos até outubro - e das previsões de nova expansão para o ano que vem, Di Si descarta novas reduções de mão de obra no País (a empresa, nos últimos anos, cortou cerca de 30% de seu efetivo local).

O executivo também diz que a mudança na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é "grande passo na direção correta", que deverá ajudar na produtividade brasileira.

Para Diess, com o câmbio no patamar atual, o Brasil consegue viabilizar uma plataforma de exportações para a América do Sul. A montadora diz que as vendas externas de veículos subiram 69% entre janeiro e outubro, na comparação com 2016.

Etanol

O presidente global da marca Volkswagen, Herbert Diess, afirmou que a montadora está correndo para cumprir as legislações referentes a carros elétricos em mercados como a China e a Europa. "Somos obrigados pelo governo chinês a entregar mais de 1 milhão de carros elétricos por ano a partir de 2025", explica.

"Na Europa, se quisermos cumprir as metas de emissões (de gás carbônico na atmosfera), teremos de produzir elétricos e ter lucro com eles."

No Brasil, tudo vai depender das regras a serem definidas no programa Rota 2030, que vai substituir o Inovar-Auto. Na opinião de Diess, porém, a diminuição de emissões por aqui pode ser atingida com o uso do etanol. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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