Exame Logo

Vendas no Mercado Livre desaceleram no 3º tri, mas lucro cresce 6 vezes

O maior portal de comércio eletrônico da América Latina reportou nesta quinta-feira que seu volume de vendas chegou a 7,3 bilhões de dólares de julho a setembro

Inaugurações de CDs pressionaram a linha de custos e reduziram margens no negócio de varejo (Leandro Fonseca/Exame)
R

Reuters

Publicado em 4 de novembro de 2021 às 19h07.

Última atualização em 5 de novembro de 2021 às 06h46.

O Mercado Livre teve desaceleração no crescimento das receitas no terceiro trimestre, uma vez que a gradual reabertura do comércio físico na América Latina tem imposto maior concorrência com as empresas digitais, que dispararam durante a pandemia.

O maior portal de comércio eletrônico da América Latina reportou nesta quinta-feira que seu volume de vendas (GMV) chegou a 7,3 bilhões de dólares de julho a setembro, avanço de 29,7% em moeda constante sobre mesma etapa de 2020.

Veja também

O futuro do varejo é 100% digital? Entenda assinando a EXAME por menos de R$ 11/mês.

Mas o movimento representa uma desaceleração em relação aos 117,1% de expansão registrados um ano antes, também no comparativo anual.

Essa expansão mais modesta refletiu em parte a perda de tração na conquista de novos clientes. A empresa fechou setembro com uma base de 78,7 milhões de usuários únicos, aumento de 3,4% em 12 meses. Há um ano, essa expansão tinha sido de 92,2%.

Ainda assim, o Mercado Livre teve no trimestre uma receita líquida de 1,9 bilhão de dólares, alta de 72,9% contra mesma etapa de 2020 em moeda constante. No Brasil, que responde por 57% das receitas totais, o aumento foi de 69%.

O volume total de pagamentos feito por meio da unidade Mercado Pago no trimestre somou 20,9 bilhões de dólares, alta de 59% em moeda constante. O estoque de empréstimos da empresa chegou a 1,1 bilhão de dólares no fim do trimestre, volume quase quatro vezes maior do que um ano antes.

"Estamos entrando num processo de maturação da base, em que o principal objetivo é fidelizar clientes, estimulando-os a fazerem mais transações que rendam receitas", disse à Reuters o vice-presidente de estratégia, desenvolvimento corporativo e de relações com investidores do Mercado Livre, André Chaves.

Segundo o executivo, uma vez que o foco das empresas de negócios digitais se move para reter clientes e torná-los transacionais de forma rentável, o Mercado Livre deve ter vantagens comparativas, uma vez que seu esforço nos últimos trimestres para ampliar sua estrutura logística lhe permitirá ganhos de escala e maior controle de custos.

"Isso é especialmente importante agora num momento de alta dos preços dos combustíveis", afirmou. Além disso, o grupo com sede na Argentina passou a também a se financiar mais com CDBs, que têm custo menor do que os recebíveis.

O conjunto de aumento de receita e controle de despesas ajudou o Mercado Livre a ter lucro líquido de 95,2 milhões de dólares no trimestre, volume mais de seis vezes superior ao reportado um ano antes.

Chaves afirmou que a escassez de chips tem tido algum impacto nas vendas de terminais de pagamentos (POS) do Mercado Pago, mas que a companhia está buscando normalizar a situação buscando mais fornecedores para o equipamento.

Acompanhe tudo sobre:Balançose-commerceMercado LivreVarejo

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame