Varig e Tam suspendem processo de fusão

A Varig e a TAM, que se reuniram nesta terça-feira (10/2) com representantes do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), querem suspender o processo de fusão por pelo menos dois anos. Exatos 12 meses depois de inunciado o processo, as companhias aéreas chegaram à conclusão que a fusão é inviável devido aos passivos e às dívidas das duas empresas.

A proposta apresentada ao Cade prevê a criação de uma terceira empresa para administrar o chamado code share - ou compartilhemanto de vôos - que está em vigor há quase um ano. Com controle exercido igualmente (50%) pela Varig e Tam, a nova empresa também seria responsável pelas operações consideradas rentáveis, como emissão automática de bilhetes, utilização do sistema de atendimento ao usuário e a definição de políticas tarifárias. As operações internacionais não seriam incluídas por enquanto.

O Fator, contratado para conduzir o processo de fusão, era o encarregado de negociar as dívidas com os credores. Só a Varig deve quase 3 bilhões de reais - boa parte para o Banco do Brasil, a BR Distribuidora e a Infraero. Em comunicado oficial das duas empresas, ainda foi dado como justificativa para a suspensão da fusão a mudança do cenário do setor aéreo brasileiro, "reflexo da melhoria nas condições macroeconômicas, de medidas internas adotadas pelas empresas e da racionalização propiciada pelo compartilhamento de vôos". Por isso, diz o comunicado, foi possível reequilibrar as condições de sustentação econômica de todo o setor.

O relator do processo de fusão, Thompson Andrade, disse ao final da reunião que o Cade não tem posição firmada ainda sobre a proposta e precisará de alguns dias para tomar uma decisão a respeito.