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Vale utilizará US$ 2 bilhões de recursos próprios para pagar Inco

Decisão ajudará a reduzir o nível de endividamento da companhia

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A Companhia Vale do Rio Doce vai utilizar 2 bilhões de dólares de seu próprio caixa para pagar parte da compra da canadense Inco, anunciada nesta semana. Com isso, a dívida gerada pela operação será um pouco menor que o estimada pelos analistas, que vinham mostrando preocupação quanto à deterioração dos indicadores de endividamento da empresa. A reação mais conservadora foi a das agências de classificação de risco Standard & Poor';s e Fitch, que reduziram a nota da empresa.

A intenção da Vale é adquirir 100% do capital da Inco, o que representará uma operação de 17,6 bilhões de dólares. Um consórcio de 37 bancos da América do Norte, Brasil, Europa, Ásia e Austrália ofereceu à mineradora um empréstimo-ponte de dois anos, no total de até 34 bilhões de dólares. O empréstimo-ponte tem custo de juros Libor (taxa básica do Reino Unido) mais 40 pontos-base durante o primeiro ano, e de Libor mais 60 pontos-base no segundo. Segundo a Vale, as negociações para refinanciar o empréstimo-ponte devem ser concluídas em breve.

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Ao anunciar, nesta terça-feira (24/10), a adesão de investidores que representam 75,66% do capital da Inco, o presidente-executivo da Vale, Roger Agnelli, ressaltou que a companhia evitará um endividamento excessivo. Na ocasião, Agnelli mencionou que a empresa só tomaria emprestado os recursos necessários para concluir o negócio.

Segundo cálculos de analistas, se a empresa tomar emprestado todos os 17,6 bilhões de dólares necessários à compra da totalidade da Inco, a dívida da empresa passaria a representar quase duas vezes seu ebitda. Atualmente, essa relação é de 0,9. Com a decisão de quitar parte da operação com recursos próprios, a Vale deve evitar uma deterioração maior de seus indicadores de endividamento.

A companhia encerrou o primeiro semestre com uma geração de caixa de 8,9 bilhões de reais, cifra 8,8% superior à do mesmo período do ano passado. Somente no segundo trimestre, o caixa somou 5,153 bilhões de reais. Entre abril e junho, a área de minerais ferrosos - na qual a Vale é líder mundial - representou 71% da geração de caixa, à frente do alumínio, que contribuiu com 15%.

Em encontro com jornalistas, em Toronto, há dois dias, Agnelli afirmou confiar na forte geração de caixa da companhia - sustentada sobretudo pelo desempenho do minério de ferro - para trazer rapidamente o nível de endividamento da empresa ao patamar anterior ao da aquisição da Inco. O prazo previsto para tanto é de três anos.

Quitação da compra

Nesta quinta-feira (26/10), a Vale pagou 13,3 bilhões de dólares aos investidores que aderiram à sua proposta de compra de ações da canadense Inco. A oferta foi encerrada na segunda-feira (23/10). No total, houve a adesão de detentores de 174,623 milhões de ações, o equivalente a 75,66% do capital da Inco. O preço oferecido pela Vale foi de 86 dólares canadenses por papel. A empresa concedeu um novo prazo para os acionistas que ainda não aderiram à oferta - 3 de novembro.

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