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Vale espera deter 27% do mercado de níquel até 2011

Projetos em implantação no Brasil e compra da Inco levarão a crescimento acelerado no setor

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

Sem operar comercialmente no mercado de níquel até esta terça-feira (24/10), a Companhia Vale do Rio Doce deve encerrar a década com 27% de participação nesse segmento. O grande impulso foi a compra da canadense Inco, que já responde por cerca de 19% da produção mundial do minério. Os projetos já em implantação pela Vale no Brasil, além dos planos de expansão da Inco, devem elevar o market-share em oito pontos percentuais até 2011. De acordo com o diretor-executivo de Assuntos Corporativos da Vale, Tito Martins, a produção mundial de níquel soma, atualmente, 1,3 milhão de toneladas. A maior produtora é a russa Norilsk Nickel, que gerou 243.000 toneladas no ano passado.

Segundo estimativas da mineradora brasileira, o mercado mundial de níquel alcançará 1,5 milhão de toneladas em 2011. Nesse mesmo ano, espera-se que a Inco produza 300.000 toneladas. Ao mesmo tempo, a Vale espera já ter posto em operação os dois projetos de níquel que desenvolve no país - o de Onça Puma e o de Vermelho, ambos no Pará. Juntas, as duas minas produzirão 104.000 toneladas. Assim, a produção somada da Inco e da Vale corresponderia a 27% do mercado total. "A Vale tem a meta de ser a primeira em níquel e os projetos em andamento serão mantidos", afirmou Martins nesta quarta-feira (25/10), durante teleconferência com jornalistas brasileiros.

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O executivo confirmou a intenção da Vale de acelerar o projeto de Voyse';s Bay, no Canadá. A planta entrou em operação em setembro de 2005, e atualmente consiste em uma mina para extração de níquel e uma refinaria para concentrar o minério. Até 2011, está prevista a construção de uma linha completa de processamento do mineral. A mineradora pretende antecipar a conclusão das obras em 12 a 18 meses. A antecipação foi uma das possibilidades oferecidas pela empresa às autoridades canadenses, a fim de que aprovassem a compra da Inco. O projeto está orçado em aproximadamente 2 bilhões de dólares.

Parcerias

O caminho para a liderança do mercado de níquel pode ser encurtado por eventuais parcerias. A Vale mostrou-se disposta a continuar com as negociações mantidas entre a Inco e a anglo-suíça Xtrata sobre uma eventual fusão. No ano passado, a Inco lançou uma oferta de 34 dólares canadenses, por ação, pelo controle da canadense Falconbridge, iniciando uma disputa com a Xtrata, que já detinha 20% da mineradora.

Pouco depois, a própria Inco tornou-se alvo de ofertas hostis de compra. A Teck Cominco, uma das pretendentes a adquirir seu controle, chegou a condicionar a conclusão do negócio ao fim das negociações entre a Inco e a Falconbridge. O argumento da Teck Cominco é que o valor pago pela Inco por sua conterrânea seria muito elevado e não compensaria.

No final de julho, a Inco saiu oficialmente da disputa pela Falconbridge, que acabou arrematada pela Xtrata. Depois de selar um memorando de entendimentos com a americana Phelps Dodge em torno de uma eventual fusão, a Inco acabou vendida à Vale. Agora, a mineradora brasileira não descarta prosseguir com a conversa sobre uma eventual parceria com a Xtrata. Na manhã desta quarta-feira, em Toronto, o próprio presidente-executivo da companhia, Roger Agnelli, admitiu a hipótese. "Temos relações muito boas com a diretoria da Falconbridge e, se houver ganhos de sinergia, estamos abertos à negociação", afirmou. A possibilidade foi confirmada nesta tarde por Martins. "Existe uma boa chance de se entrar em entendimentos, desde que houvesse sinergia. Mas ainda é prematuro afirmar qualquer coisa", disse.

Na época, a imprensa internacional estimou que a união entre a Falconbridge e a Inco geraria sinergias de 350 milhões de dólares por ano. Além disso, juntas, as duas empresas se tornariam a maior produtora mundial de níquel.

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