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Universidade cresce com alunos da classe C

Há cinco anos, a UniverCidade (Centro Universitário da Cidade), no Rio de Janeiro, decidiu ampliar o número de alunos atraindo a classe C para suas salas de aula. Como queria ter mais filiais e aumentar a oferta de cursos, a instituição firmou convênios com escolas públicas de ensino médio para usar instalações que ficavam ociosas […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Há cinco anos, a UniverCidade (Centro Universitário da Cidade), no Rio de Janeiro, decidiu ampliar o número de alunos atraindo a classe C para suas salas de aula.

Como queria ter mais filiais e aumentar a oferta de cursos, a instituição firmou convênios com escolas públicas de ensino médio para usar instalações que ficavam ociosas em alguma parte do dia. Assim, das 17 unidades espalhadas pela cidade, 13 são em bairros da periferia. Boa parte dos atuais 35 000 alunos pertence à classe C, mas o dono e reitor da UniverCidade, Ronald Levinsohn, não revela quanto. Ele destaca que eles não são maus pagadores, como se poderia imaginar. Segundo me informam, há mais inadimplência nas classes A e B do que na C , afirma.

Segundo os analistas do setor, a classe C representa um bom negócio para as instituições de ensino superior privado (elas movimentam 15 bilhões de reais por ano só em matrículas e mensalidades, segundo a ABMES, a Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior).

Para Ryon Braga, diretor-executivo da CM Consultoria Educacional, a penetração na classe C é a saída para o ensino superior privado contornar a saturação do mercado nas classes A e B. Até 2000, havia uma demanda reprimida para as classes A e B. Com a expansão das instituições, o quadro se inverteu , diz Braga. Segundo ele, há 3,5 milhões de alunos matriculados atualmente no ensino superior privado e a captação da classe C acrescentaria mais 3 milhões de alunos. Até 2007, mais da metade dos alunos devem ser da classe C , diz Braga. Hoje, essa parcela é de 37%.

Para atrair esse público, o melhor caminho, diz Braga, é oferecer cursos mais curtos, de até dois anos. São os chamados cursos tecnológicos e os seqüenciais. Segundo ele, como são mais curtos, torna-se mais viável o financiamento. É muito difícil parcelar o pagamento de cursos que duram quatro, cinco anos , diz Braga. Ele conta que os cursos de curta duração são tradicionais em todo o mundo e nos Estados Unidos recebem 56% dos alunos de nível superior. No Brasil, segundo ele, essa parcela é de quase 10%. Braga ressalta, porém, que o retorno por atender à classe C deverá levar pelo menos oito anos.

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