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Um vôo muito bem calculado

Por que a logística é estratégica na Embraer

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Você abriria uma empresa em São José dos Campos, no interior de São Paulo, para concorrer num mercado em que 77% dos clientes estão nos Estados Unidos ou na Europa e seus principais fornecedores também? E se seu principal concorrente estivesse no Canadá? E, para completar, se o produto fosse avião?

Pois são essas as desvantagens competitivas com que a Embraer convive. Mesmo assim, com faturamento de 7,8 bilhões de reais e lucro líquido de 1,1 bilhão de reais no ano passado, a Embraer é a quarta maior fabricante de aviões do mundo. No mercado de aeronaves comerciais de 30 a 60 lugares, um dos que mais crescem atualmente, a empresa tem uma participação de 45%.

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A engenharia de logística de suprimentos e de peças de manutenção é estratégica -- precede o primeiro rabisco do desenho de um novo modelo. "Começamos a olhar primeiro a logística do cliente", diz Rogério Teperman, vice-presidente de suprimentos e operações industriais. Um dos principais desafios logísticos das companhias aéreas regionais que operam nos Estados Unidos e na Europa é, uma vez estacionado um avião que acabou de pousar, conseguir desembarcar os passageiros, tirar e pôr as bagagens, abastecer e preparar a aeronave para uma nova decolagem em apenas 15 minutos. Sem isso, elas não conseguem manter suas frotas no ar o tempo suficiente para amortizar seus investimentos. Isso foi decisivo no projeto da família de aviões 170, que começaram a ser produzidos no ano passado. Os engenheiros quebraram a cabeça, por exemplo, para desenhar um compartimento interno em que coubesse uma mala de mão. O objetivo, além de atender a uma necessidade dos passageiros, é diminuir o volume de bagagens despachadas.

Para facilitar os trabalhos de manutenção das companhias aéreas regionais e simplificar a logística de distribuição das peças, que no caso da Embraer envolve 590 cidades em cinco continentes, os três modelos da família 145 e a versão XR foram concebidos de forma que 97% desses suprimentos pudessem ser compartilhados por todos esses modelos. Funciona? De acordo com a consultoria Meridian International Research, a Embraer é quem oferece o melhor apoio ao produto entre os fabricantes de aeronaves regionais. "Nosso índice de eficiência em manutenção no mercado de jatos regionais é acima de 99%", diz Teperman.

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