Tupy compra fabricante de motores MWM por R$865 milhões
Multinacional brasileira, a Tupy tem mais de 80 anos no mercado e teve receita de 7 bilhões de reais em 2021; aquisição vai ampliar atuação da companhia, em especial no agronegócio
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2022 às 10h15.
Última atualização em 18 de abril de 2022 às 11h56.
A fabricante de peças em ferro Tupy (TUPY3) informou nesta segunda-feira,18, que seu conselho de administração aprovou a aquisição da fabricante de motores e geradores MWM do Brasil. O preço de aquisição é de 865 milhões de reais. A transação ainda precisa passar pela aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
VEJA TAMBÉM:
Quem é o cardiologista entre os 5 maiores bilionários do país
Amil tem até hoje para esclarecer transferência de beneficiários
A MWM fabrica motores de terceiros sob contrato e tem atuado em parcerias voltadas ao consumo de gás natural, biogás e biometano, com foco especial no agronegócio .
Já a Tupy fornece componentes para fabricantes de caminhões, máquinas agrícolas, de construção e motores em diversos países. Recentemente fez aquisições operações em Portugal e no Brasil, que ampliaram sua capacidade produtiva em 40%.
A transação representa um reforço importante para a Tupy no setor de energia e descarbonização, com uma equipe de engenharia apta a adaptar geradores e veículos comerciais ao uso de biogás, biometano, biodiesel, gás natural e hidrogênio.
A aquisição também marca a entrada da Tupy no setor de reposição de peças e componentes de motores no Brasil. A MWM tem mais de 600 pontos de venda e cerca de 300 oficinais credenciadas no país, com forte atuação na distribuição de peças para a frota de veículos com motores a diesel e gás.
Descarbonização e o agronegócio
“O uso de biogás e biometano para geração de eletricidade e como combustível para frotas de caminhões, ônibus e tratores agrícolas é a principal rota para a descarbonização da indústria nacional e exportadora de proteínas, laticínios, açúcar e etanol”, disse José Eduardo Luzzi, CEO da MWM, em comunicado ao mercado.
“Vamos nos unir a uma empresa com grande capital intelectual e tecnológico”, disse Fernando Cestari de Rizzo, CEO da Tupy.
A visão está em linha com o que a Tupy já vem trabalhando, com desenvolvimento de componentes apropriados ao hidrogênio como combustível, materiais voltados para carros de passeio híbridos, além de soluções para reciclagem e reutilização das baterias de íon-lítio.
80 anos e R$ 7 bilhões
A Tupy é uma multinacional brasileira com mais de 80 anos no mercado. A companhia é especializada em produzir estruturas complexas em ferro fundido, que são usadas em setores como transporte, infraestrutura, agronegócio e geração de energia. Possui três fábricas no Brasil, uma em Portugal e uma no México, além de escritórios comerciais na Alemanha, Brasil, EUA e Itália.
Em 2021 a companhia teve receita de 7 bilhões de reais, um crescimento de 66,4% em relação a 2020, quando a receita foi de 4,2 bilhões de reais. O lucro em 2021 foi de 202 milhões de reais, ante prejuízo de 76,2 milhões de reais em 2020.
A companhia teminvestido em pesquisa com foco em desenvolver motores a hidrogênio, em busca de alternativas que contribuam para diminuir a emissão de gases de efeito estufa. Uma das iniciativas envolve esforços para o desenvolvimento de um motor de combustão movido a hidrogênio destinado ao transporte de cargas, em prceria com a Westport Fuel Systems e a AVL. A aquisição da MWM está em linha com esses esforços.