Trump insiste para que Apple troque a China pelos Estados Unidos
Segundo o mandatário, a empresa americana estaria sujeita a tarifas por produzir no país asiático
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de julho de 2019 às 09h16.
Última atualização em 27 de julho de 2019 às 09h17.
WASHINGTON – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, insistiu ontem (26) para que a Apple construa suas fábricas nos Estados Unidos . Segundo ele, caso a companhia leve adiante os planos de instalar uma fábrica na China , pagará as tarifas correspondentes aos produtos fabricados no país asiático.
A Apple anunciou no mês passado que vai fabricar seu novo computador Mac Pro na China, segundo informação divulgada pelo The Wall Street Journal. A decisão da gigante de tecnologia se deu em meio às tensões entre o governo Trump e Pequim.
Embora esteja programado que representantes dos EUA e da China retomem as negociações comerciais na próxima semana, Trump afirmou ontem que a China pode lançar mão da estratégia de esperar para ver qual será o resultado da eleição presidencial americana antes de decidir se fecha ou não um acordo comercial bilateral.
Em declaração a repórteres na Casa Branca, Trump argumentou que Pequim pode avaliar como vantajoso esperar o próximo governo, já que no caso de uma administração do Partido Democrata as condições poderiam ser melhores para a nação asiática. "Eu não me importo se a China não fechar acordo, pois estamos ganhamos bilhões [de dólares] deles com as tarifas deles", comentou.
Trump disse que, caso seja reeleito, os EUA conseguirão fechar uma série de acordos vantajosos. Ele ainda comentou que a China mantém a moeda fraca e injeta muito dinheiro em sua economia. O dólar, por outro lado, está forte, mas isso não tem impedido o resultado positivo da economia dos EUA, na opinião do presidente.
Guerra comercial
Desde que tomou posse em janeiro de 2017, Donald Trump tem estremecido as relações comerciais entre EUA e China, culminando na guerra comercial travada nos últimos meses pelos dois países. Nessa disputa, as tarifas sobre importação são a principal arma utilizada por ambos os lados, que têm ensaiado uma trégua infrutífera desde maio de 2018.
Trump afirmou ainda ontem (26) que pode definir uma tarifa sobre produtos da França, dando vinhos como um exemplo. A medida seria uma retaliação ao fato de que o país europeu adotou tarifas no setor tecnológico que afetam grandes empresas americanas do setor. Na Casa Branca, Trump disse que falou por telefone com o presidente da França, Emmanuel Macron. "Eles podem levar vantagem sobre os EUA, mas não comigo na presidência", afirmou a repórteres. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.