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TAM e LAN assumem liderança na América Latina e ganham destaque nos EUA e Europa

Juntas, companhias atenderão 115 destinos em 23 países e terão sinergia de 400 milhões de dólares anuais

LATAM: nova companhia atenderá 23 países (.)

LATAM: nova companhia atenderá 23 países (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

São Paulo - A fusão entre TAM e a chilena LAN, anunciada nesta sexta-feira (13/8), cria uma nova gigante do setor e facilita o transporte de passageiros e cargas. A holding LATAM - que controlará as duas companhias - se torna a maior da América Latina. Ela terá, também, destaque em outros mercados.

No Canadá e Estados Unidos, a companhia será a segunda maior em voos que fazem a ligação entre a América do Sul e esses países, atrás apenas da American Airlines. Também será a quarta maior a ligar a Europa à América do Sul, tendo à frente a British Airways/Ibéria; Air France/KLM; e TAP.

"A fusão é mais um exemplo do processo de consolidação pelo qual o setor aéreo vem passando", diz André Castellini, da consultoria Bain & Company. "A TAM vai ganhar em fluxo de passageiros do oeste da América do Sul e em operações nos Estados Unidos, onde a LAN é forte."

Rumo ao oeste

A LAN se beneficia com o mercado doméstico brasileiro -- o maior da América Latina. A TAM ganha com as operação da chilena na América Latina e, principalmente, para o oeste dos Estados Unidos, em cidades como Los Angeles, Las Vegas e Seattle. A TAM tem hoje voos diretos para 18 países, mas com os acordos de codeshare e com a recente entrada na Star Alliance esse número salta para 181 destinos.

Juntas, Lan e TAM oferecerão operações de passageiros e carga para mais de 115 destinos em 23 países, com transporte de carga em toda a América Latina e em boa parte do mundo. O grupo terá uma frota de mais de 220 aeronaves -- com mais 200 já pedidas -- e terá mais de 40.000 funcionários. No ano passado, as companhias transportaram cerca de 45 milhões de passageiros e 832.000 toneladas de carga. Com a fusão, membros do programa de fidelidade poderiam acumular e resgatar milhas em número muito maior de voos e de parceiros.

Problemas de caixa

"O negócio é muito positivo para a empresa brasileira, que vinha tendo problemas para administrar seus custos frente a tarifas cada vez mais baixas no mercado", afirma o Banco do Brasil em relatório. "A LAN, que há tempos queria entrar no mercado brasileiro, aposta no potencial de crescimento do país, enquanto a TAM acredita numa sinergia e redução de custos."

A união deve gerar sinergias anuais de aproximadamente 400 milhões de dólares. Desse montante, parte será capturada em proporções iguais entre alinhamento das malhas de passageiros, crescimento da malha de transporte de carga e redução de custo. A organização espera implementar aproximadamente um terço de todas as sinergias em um ano a partir da conclusão da transação e terminar de implementar todas as sinergias ao final do terceiro ano. As duas companhias já teriam hoje mais de 200 pedidos de aeronaves.

Segundo relatório do Banco do Brasil, a receita de cargas, impulsionada pela recuperação econômica, aumentou 32,5% na comparação anual. Além disso, a demanda por voos nacionais e internacionais da TAM continua forte, maior em 10% e 14% na comparação anual, respectivamente. Segundo o BB, as duas se tornam uma grande empresa, capaz de aumentar rotas internacionais e brigar de igual para igual com as grandes empresas estrangeiras. "Faz sentido para as duas companhias porque a TAM é uma grande companhia e que ainda não possui operações relevantes de carga e a LAN possui interesses no mercado brasileiro. Esses dois objetivos podem ser atingidos com este acordo", afirma Patricia Pellegrini, analista sênior da Larrain Vial.
 

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