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Suzano pode comprar fábricas de papel da Fibria, diz corretora

Fibria (antiga VCP-Aracruz) precisa reduzir o endividamento e seu foco está muito mais no setor de celulose do que em papel

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A Suzano Papel e Celulose pode estar interessada em liderar um processo de consolidação no segmento brasileiro de papel, segundo a corretora SLW. "Existem expectativas de que a Fibria [empresa resultante da fusão entre a Aracruz e a VCP], decorrente da necessidade de remodelar sua estrutura de capital no ano que vem, venha a alienar seus negócios do segmento de papéis, que atualmente apresentam uma capacidade de produção de 415 mil toneladas por ano", escreveu a corretora em relatório.

Nesta semana a diretoria da Fibria anunciou que seu foco para os próximos trimestres será a redução do endividamento. A VCP teve que se endividar para comprar a Aracruz por um preço considerado salgado no mercado. Além disso, a Aracruz estava bastante endividada devido a perdas com derivativos de câmbio - e esses débitos foram incorporados pela nova empresa. Por último, o foco da Fibria é reconhecidamente o segmento de celulose.

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Duas das três unidades de produção de papel da Fibria estão localizadas no estado de São Paulo e próximas as unidades da Suzano e uma terceira em Guaíba, no estado do Rio Grande do Sul, onde a Suzano não está instalada.

Em julho, a Suzano admitiu a eventual venda da participação da Fibria no Conpacel (antiga Ripasa), fabricante de papel cortado. A Fibria negou a existência de negociações para venda de sua participação. Hoje, a líder no segmento é a americana International Paper (IP), dona da marca Chamex, com 48,3% das vendas domésticas. Em seguida está a Suzano, que comercializa a marca Report, com 29,7% das vendas. A fatia da Fibria, proprietária da Copimax, corresponde a 9,7%.

Demanda por celulose

Quanto ao cenário de atuação, a empresa destacou que a demanda por celulose no mercado internacional deve seguir forte nos próximos meses, já que não existem estoques representativos do produto no mercado nem na China, grande comprador de celulose de fibra curta brasileira ao longo dos últimos oito meses.

Com a queda dos preços da celulose no segundo trimestre de 2008, estima-se que 5 milhões de toneladas de capacidade de celulose deixaram de ser produzidas e não há como prever quanto desse volume foi encerramento de atividades ou parada para manutenção, o que cria incertezas para o desenvolvimento de novos projetos.

"Os estoques baixos, a manutenção de demanda aos níveis dos últimos três meses e a variação das moedas devem impor a continuidade da recuperação dos preços da celulose de fibra curta no curto prazo", avalia a corretora. "Os gestores da Suzano acreditam que ainda exista espaço para mais duas rodadas de aumento de preços da celulose neste ano. Também não acreditam que estes aumentos sejam suficientes para que muitos produtores de celulose na China voltem a ligar seus equipamentos, o que também acaba sendo positivo para a empresa."

Já no segmento de papel, a empresa já aponta recuperação de preços na América do Norte e Latina e que os volumes devam começar a evoluir com a proximidade do final do ano, quando as empresas começam a adquirir volumes adicionais de produtos para confecção do material que será vendido no início do ano letivo de 2010.

Às 12h27, os papéis da Suzano (SUZB5) caíam 1,94%, negociados a 17,10 reais. No mesmo instante, o Ibovespa registrava alta de 0,56%, aos 56.027 pontos.

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