Steinbruch vai presidir a Fiesp se Skaf se licenciar
Atual presidente, Paulo Skaf deve deixar o cargo em março para ser candidato a governador
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
O empresário Benjamin Steinbruch vai assumir a presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) caso o atual ocupante do posto, Paulo Skaf, decida se licenciar para concorrer a algum cargo público nas eleições de 2010.
Há dois meses, Skaf se filiou ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) com o objetivo de se candidatar ao governo de São Paulo. A candidatura, no entanto, ainda depende de uma definição do deputado Ciro Gomes, o maior cacique do PSB.
Oficialmente Ciro diz que planeja ser candidato à Presidência da República, mas sua decisão de transferir o domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo mostra que uma eventual candidatura ao governo do maior estado do país não está descartada.
Mesmo que o PSB escolha Ciro para eleição em São Paulo, Skaf ainda poderia concorrer a outro cargo pelo partido. Como há grandes chances de Skaf se licenciar para a eleição, ele já começou a avisar os diretores e técnicos da Fiesp que seu substituto será Steinbruch.
A escolha de Skaf pode ser considerada natural. A Fiesp tem hoje três vice-presidentes: Steinbruch, João Guilherme Ometto (da São Martinho, do setor sucroalcooleiro) e Paulo Setubal Neto (da Itaúsa, a holding que agrega as participações acionárias do Itaú em diversas empresas).
Além de ser o primeiro vice-presidente, Steinbruch também é amigo de Skaf há mais de 30 anos. A amizade entre os dois é tão forte que Steinbruch foi padrinho de casamento de Skaf.
Além disso, os dois empresários têm origem no setor têxtil. Muito antes de arrematar a CSN no leilão de privatização, a família Steinbruch já era dona do grupo Vicunha. Skaf, por sua vez, foi presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) antes de ir para a Fiesp.
Aos 56 anos, Steinbruch é hoje um dos homens mais ricos do Brasil. Ele é diretor-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que tem valor de mercado de 44 bilhões de reais. Além da siderúrgica de Volta Redonda (RJ), a CSN controla grandes reservas de minério de ferro (como a Namisa e a Casa de Pedra) e ativos de logística (como a MRS).
Com a possível licença de Skaf, Steinbruch acumularia também a presidência da Fiesp durante boa parte de 2010. Caso Skaf vença a eleição para algum cargo, o mandato de Steinbruch poderia se estender até 2011, data em que deve acontecer a eleição que definiria a nova diretoria da Fiesp.