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Produtores rurais se unem e pedem alongamento de prazos

Alta dos preços dos insumos e variação cambial prejudicam os agricultores, que se mobilizaram para pedir reestruturação das dívidas com as instituições públicas de financiamento e com fornecedores de insumos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

O setor rural está enfrentando uma crise de renda (se você é assinante, leia também reportagem de EXAME) e decidiu negociar com seus credores. "Não tem como pagar os débitos este ano, porque os preços pagos pelo mercado não estão cobrindo os custos de produção e as disparidades são grandes", diz Macel Félix Caixeta, presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A saca de arroz, por exemplo, é negociada entre 12 e 25 reais, dependendo da região, mas o custo de produção supera 30 reais.

Depois de reunião realizada nesta terça-feira (22/2) com representantes das federações de agricultura dos principais estados produtores, foi decidido encaminhar ao governo uma série de pedidos, que serão entregues em 2 de março em Rio Verde (GO) durante encontro com governadores e com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. O setor reivindica o pagamento neste ano de apenas 20% das dívidas relativas a empréstimos oficiais tomados para custeio. O restante seria quitado nos próximos quatro anos (20% por ano). As prestações de empréstimos para investimento a vencer neste ano (4 bilhões de reais) e em 2006 seriam transferidas para um ano depois do término originalmente previsto do contrato de financiamento.

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Além da baixa remuneração (com preços caindo em média 50%), os produtores reclamam da alta dos preços dos insumos (na média, de 30%) e da queda da cotação do dólar. Na época do preparo do plantio e compra dos insumos, o dólar valia mais de 3,10 reais. Agora, na fase de comercialização da safra, o dólar vale 2,57 reais. Segundo Caixeta, os produtores também vão negociar com fornecedores de insumos e com as tradings uma moratória de 90 dias nos pagamentos. "Isso é para que não haja mais pressão de venda, e os preços parem de cair."

Prejuízos em R$ por unidade de comercialização
(saca, tonelada, arroba etc.)

Produto


Preço


Custo


Prejuízo

Soja

26,00

31,65

-5,65

Milho

12,50

16,00

-3,50

Trigo

290,00

400,00

-110,00

Algodão

35,00

52,00

-17,00

Fonte: Comissão de Grãos/CNA
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