Sob o risco de perder investidores, empresas correm para se adaptar a essa nova tendência; veja qual
Considerada a maior tendência para o futuro dos negócios, essa estratégia promete aumentar os lucros, melhorar a reputação das empresas e ainda trazer o sucesso duradouro para quem a implementar.
Da Redação
Publicado em 5 de dezembro de 2022 às 09h01.
Última atualização em 5 de dezembro de 2022 às 14h06.
Com o aumento da população, das produções e, consequentemente, do uso dos recursos naturais, o meio ambiente tem sido amplamente impactado. Temperaturas aumentando, enchentes e queimadas ocorrendo e o aumento do nível do mar são apenas alguns dos sinais que levantam um alerta maior: é necessário agir urgentemente para preservar o meio ambiente.
Considerado o maior problema em nível de impacto negativo, o aquecimento global tem sido discutido desde a Revolução Industrial, quando o nível de gases de efeito estufa emitidos na atmosfera aumentou significativamente. Quando liberados na atmosfera, esses gases - geralmente provenientes da queima de combustíveis fósseis - retém o calor na atmosfera, aumentando a temperatura média global.
Segundo estudo do instituto de pesquisas Climate Accountability Institute, um grupo de apenas 20 empresas é responsável por mais de um terço das emissões de gases causadores do efeito estufa em todo o mundo desde 1965.
Como consequência, nos últimos anos, clientes, investidores e funcionários passaram a ter um olhar mais crítico quanto à responsabilidade ambiental das marcas com as quais tinham contato.Em estudo realizado pela agência de pesquisa norte-americana Union + Webster, por exemplo, constatou-se que 87% da população brasileira prefere comprar produtos e serviços de empresas sustentáveis e 70% dos entrevistados disse que não se importa em pagar um pouco mais por isso.
Às empresas, restou apenas uma opção: se adaptar.
Como se adaptar a essa tendência sustentável?
Segundo a ONU, as emissões globais dos gases de efeito estufa, antes citados, precisam diminuir para que, até 2030, o aumento de temperatura média da Terra fique entre 1,5°C e 2°C - que é o limite considerado seguro pelos cientistas. Como forma de contribuir para essa meta, as empresas têm investido em uma estratégia chamada neutralização de carbono ou “net zero”.
Ser “carbono neutro” significa que a produção total de dióxido de carbono (um gás de efeito estufa) durante a produção em uma empresa é igual a zero. No entanto, isso não significa que as empresas terão emissões zero de carbono, mas que essas emissões serão compensadas, ou seja, contrabalançadas.
“Hoje já existem alguns mercados livres de carbono, em que empresas que estão produzindo mais do que a necessidade, compram os créditos de carbono de forma a neutralizar. E esse selo de carbono neutro vale para tudo aquilo que ela conseguir absorver e neutralizar na sua operação”, explica Gustavo Fonseca, sócio da AGBI, gestora independente de recursos e veículos de investimento com especialização na alocação de recursos em produtos Agro e de Real Estate.
As vantagens de ser uma empresa carbono neutro
Redução de custos, aumento da reputação, aproximação de investidores, captação de recursos premium e aquisição de talentos facilitada são algumas das vantagens que empresas net zero possuem.
A maior tendência para o futuro dos negócios
Ao adotarem práticas responsáveis e preocupadas com o meio ambiente, as companhias são mais bem vistas por funcionários e fornecedores, que passam a valorizar cada vez mais a parceria e o espaço de trabalho. Assim como os clientes, que veem essas marcas com mais credibilidade.
Redução de custos e aumento de reputação
O setor têxtil, por exemplo, é amplamente conhecido por ser um dos mais poluidores do mundo. No Brasil, ele vem sendo pressionado por consumidores e investidores para diminuir o uso de recursos naturais, poluir menos e fazer gestão mais eficiente de resíduos.
Em resposta, as maiores confecções do Brasil remodelaram suas produções e colocaram em prática estratégias para reduzir os impactos de seus produtos. É o caso davarejista de moda Lojas Renner, que encerrou 2021 com 81,3% de seus produtos feitos tendo como base matérias-primas de menor impacto; ou do Grupo Malwee que, nos últimos cinco anos, reduziu as emissões dos gases do efeito estufa em 75% e, hoje, já produz o jeans mais sustentável do país.
E a sustentabilidade se reflete nos negócios. No último ano, por exemplo, a Arezzo (ARZZ3), marca de calçados brasileira engajada em neutralizar o carbono de sua cadeia, viu suas ações obterem alta de 17,4%.
Domine as estratégias Net Zero gratuitamente
Pensando na alta demanda do mercado e na oportunidade que isso representa para os profissionais interessados em sustentabilidade e meio ambiente, a EXAME promoverá uma Masterclass gratuita, intitulada “Net Zero: Adapte o seu negócio para sobreviver à era de baixo carbono”.
Ministrada por Renata Faber, Diretora de Sustentabilidade da EXAME que acaba de regressar da COP-27; e Talita Assis, doutora em Ciência do Sistema Terrestre e especialista em meio ambiente (com foco em temas ligados à Amazônia e às emissões de gases de efeito estufa), a aula promete revelar como implementar uma estratégia net zero na prática.Com isso, a ideia é que os participantes tenham clareza sobre como:
- Conseguir mitigar riscos futuros (de fornecimento, impostos, regulatórios...);
- Alavancar a reputação da sua empresa perante os clientes e toda a sua cadeia;
- Atrair a atenção de investidores que, atualmente, separam parte de seus fundos para investir exclusivamente em empresas com práticas de sustentabilidade;
- Ser o responsável por implementar todas essas mudanças como funcionário ou dono de um negócio.
A masterclass gratuita está programada para ocorrer no dia 8 de dezembro, às 19h. Para participar, os interessados devem se inscrever na página oficial da masterclass, clicando aqui, ou no botão abaixo.