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Siemens do Brasil cresce 14% e exportações batem recorde

O Grupo Siemens alcançou o maior faturamento líquido de seus 98 anos de presença no Brasil. No exercício fiscal de outubro de 2002 a setembro de 2003, foram faturados 4,6 bilhões de reais, ou 14% mais do que no exercício anterior. O faturamento mundial do grupo foi de 88 bilhões de euros. Em apresentação realizada […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

O Grupo Siemens alcançou o maior faturamento líquido de seus 98 anos de presença no Brasil. No exercício fiscal de outubro de 2002 a setembro de 2003, foram faturados 4,6 bilhões de reais, ou 14% mais do que no exercício anterior. O faturamento mundial do grupo foi de 88 bilhões de euros.
Em apresentação realizada nesta segunda-feira (1/12), Adilson Primo, presidente do grupo no Brasil, afirmou que os 248,6 milhões de reais em exportações também foram históricos e representam expansão de 44% em relação ao exercício anterior. A meta para 2004 é dobrar esse resultado. Ele também anunciou um lucro líquido após os impostos de 3,8% do faturamento (já chegaram a 7,3%, em 98-99), ou 174,8 milhões de reais (24% mais do que em 2001-2002). O total aplicado em investimentos, incluindo pesquisa e desenvolvimento, foi de 232 milhões de reais. "Reparem que é mais do que o lucro, o que revela nosso compromisso com um crescimento sustentado", disse o executivo.

Segundo ele, uma das explicações para o desempenho razoável num ano de recessão é o equilíbrio na carteira de negócios, segmentada em seis áreas: telecomunicações (40% do faturamento), energia (29%), automação industrial (14%), transporte (10%), lâmpadas (4%) e equipamentos para medicina (3%). "É muito difícil que tudo isso vá mal ao mesmo tempo", diz. Outra estratégia é compensar demanda interna fraca com exportações.

Com 50% do mercado de celulares GSM, segundo a empresa, a Siemens instalou no país um Centro de Pesquisas e Desenvolvimento de softwares para sistemas de telefonia móvel. Há centros similares na matriz alemã, Dinamarca, China e Estados Unidos. A empresa também decidiu transferir sua produção de centrais telefônicas da Alemanha para o Brasil, investindo 20 milhões de dólares na fábrica de Curitiba, uma das 12 plantas no país. "Aqui a mão-de-obra é até 40% mais barata", afirmou Aluizio Byrro, vice-presidente do grupo, que reúne 7 200 funcionários em 11 empresas. O alvo é romper em 2005 a marca dos 100 milhões de dólares em vendas externas das centrais produzidas em Curitiba, com índice de nacionalização dos componentes de 65%.

Em termos de valor de novas encomendas no exercício encerrado em 31 de setembro, houve uma queda de 2%, totalizando 4,25 bilhões de reais. É a segunda vez consecutiva que isso ocorre. No ano anterior, a entrada de pedidos tinha sido 4% menor. O perfil dos pedidos, tendo em vista o faturamento por área, revela deslocamentos: são 50% em telecomunicações, 16% em automação, 15% em energia, 11% em transporte, 4% em equipamentos médicos e 4% em lâmpadas. A queda na área de energia é sintoma do quadro de estagnação do setor. "Há 60% de ociosidade média na indústria de equipamentos para o setor elétrico", diz Primo, que estima uma queda de 10% no faturamento do grupo nessa área, no próximo exercício. "Tentaremos compensar com exportações."

Expectativas para o país

O novo governo federal surpreendeu o grupo Siemens. "A política macroeconômica adotada é mais ortodoxa do que a do governo anterior", afirma o presidente do grupo. Para ele, quando comparados ao segundo semestre de 2002, os indicadores básicos da economia demonstram que o governo agiu corretamente. "Porém, o custo da dívida pública, de cerca de 10% do PIB, ou 147 bilhões de reais, continua um dos grandes inibidores do crescimento. O governo não tem poder de investimento."

O executivo cobrou a definição do marco regulatório para a infra-estrutura e lamentou o resultado das negociações para aprovação da reforma tributária. "Pelo andar da carruagem, o modelo energético só será definido no decorrer de 2004, o que atrasa os investimentos. E, quanto à reforma tributária, seria um elogio chamá-la de meia-sola."

A projeção de crescimento do PIB adotada pela Siemens é de 2,5% em 2004.

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