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Siderúrgicas investem em produção própria de matéria-prima

Companhias esperam minimizar a dependência de matérias-primas importadas nos próximos cinco anos

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

As 11 siderúrgicas brasileiras instaladas no país esperam minimizar a dependência de matérias-primas importadas nos próximos cinco anos. A indústria investiu entre importação e produção local de insumos -- 146 milhões de dólares entre 1994 e 2004, segundo dados do Instituto Brasileiro de Siderurgia. Em vista da expectativa de duplicar a produção brasileira de aço entre 2005 e 2010 para 60 milhões de toneladas, esse valor deverá saltar para 1,2 bilhão de dólares nesse período.

A Usiminas, por exemplo, planeja aumentar a produção própria de coque, um dos principais insumos na produção do aço, importado sobretudo de fornecedores chineses. A companhia prevê investimentos de 600 milhões de dólares nos próximos três anos entre os quais o que vai iniciar uma nova linha para produzir cerca de 300 000 toneladas de coque por ano na usina Intendente Câmara, em Ipatinga, em Minas Gerais. Atualmente a Usiminas produz 90% do coque que consome. Com os investimentos, a companhia vai se tornar totalmente independente na produção desse material.

Além da coqueria, será construída também em Ipatinga uma nova termoelétrica, com capacidade para 60 MW. "A idéia é diminuir o risco de depender de um ativo que pode disparar de uma hora para outra", diz Rinaldo Campos Soares, presidente da Usiminas. Desde o início de 2003, com a expansão mundial da produção de aço, os preços do coque dispararam em todo o mundo. Um dos motivos foi a restrição às exportações por parte da China para uso em suas próprias usinas de aço. Os preços do coque saíram dos 80 dólares por tonelada para mais de 400 dólares por tonelada.

A CST, controlada pela européia Arcelor, também prevê a construção de uma nova coqueria, com capacidade total de 1,5 milhão de toneladas de coque por ano. Outras empresas, como a Acesita, maior fabricante de aço inoxidável do país, decidiram substituir o coque importado pelo carvão vegetal. A economia será de mais de 40 milhões de dólares por ano.

Os investimentos devem colocar as companhias brasileiras em posição ainda mais competitiva no mercado internacional. Os custos de industrialização do aço no Brasil são considerados competitivos do mundo. Aqui, o custo médio do aço laminado a quente é de 220 dólares por tonelada. Nos Estados Unidos, é 323 dólares. Na Alemanha, 346 dólares. No caso das empresas brasileiras que precisam comprar o minério de ferro, a principal matéria-prima das siderúrgicas, como a CST e a Usiminas, a proximidade da Vale é uma grande vantagem competitiva. O frete do minério de ferro no Brasil custa de 5 a 10 dólares por tonelada. Esse valor salta para algo em torno de 25 dólares a tonelada no caso das empresas chinesas que, sem dispor de matéria-prima de alta qualidade em seu país, são quase sempre obrigadas a importá-la.

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