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Setor de eletroeletrônicos se opõe à facilitação de importações

Setor afirma que proposta do Ministério da Fazenda de reduzir a tarifa externa do Mercosul em mais de 50% só é aceitável depois que o governo fizer sua 'lição de casa'

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

A intenção do Ministério da Fazenda era que as negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC) avançassem. Mas, pelo menos por enquanto, o que conseguiu foi estimular uma gritaria protecionista entre os empresários brasileiros do setor eletroeletrônico. A pasta comandada por Antonio Palocci propõe a redução de mais de 50% na Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul para vários setores industriais. Com o corte, a TEC passaria da média de 20% para 10%.

Na visão da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), a "redução drástica" da tarifa vai prejudicar a competitividade do setor. "[A redução] vai abrir o mercado para produtos fabricados em países que oferecem incentivos à sua indústria, sem qualquer contrapartida para a indústria aqui instalada, e no momento errado", diz Paulo Saab, presidente da Eletros.

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Para os empresários do setor, o momento certo só virá quando o governo cumprir cinco tarefas nada simples: avançar nas reformas estruturais; investir em infra-estrutura; oferecer financiamento a custos internacionais; "desenvolver políticas industrial, comercial e externa adequadas" e equacionar a integração com os parceiros do Mercosul. "Não podemos aceitar esta redução de tarifas sem que o governo faça a sua lição de casa", afirma Saab.

Para o dirigente da Eletros, o Brasil está praticando uma política comercial às avessas. "O governo aceita abrir totalmente o mercado interno, ao invés de buscar condições que garantam o acesso da indústria brasileira a novos mercados e que permitam reduzir o Custo Brasil de forma sustentada", diz. Os Estados Unidos e a União Européia defendem a eliminação de toda e qualquer tarifa de importação de produtos eletroeletrônicos.

Torcida

A Eletros espera a rejeição da proposta do Ministério da Fazenda pelo Grupo Executivo de Comércio Exterior, órgão que vai analisar o estudo nesta segunda-feira (5/9). O grupo tem poderes para recomendar ou não a aprovação da proposta pela Câmara de Comércio Exterior, que se reúne ainda nesta semana.

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