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Sem privatização, Vale não teria sucesso, afirma Roger Agnelli

Presidente-executivo diz que a mineradora não alcançaria o atual patamar de produção e geração de empregos, se continuasse estatal

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A Companhia Vale do Rio Doce não seria uma das maiores mineradoras do mundo, líder na produção de minério de ferro, nem teria obtido o tão cobiçado grau de investimento, se continuasse estatal. Essa é a avaliação de seu presidente-executivo, Roger Agnelli, sobre as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, sobre a privatização da empresa no governo de Fernando Henrique Cardoso. Desde o primeiro debate do segundo turno, em 8 de outubro, Lula vem repetindo que nunca teria vendido a mineradora, se estivesse no poder.

"Respeito a posição de Lula, que é partidária e ideológica, mas, certamente, a Vale jamais estaria na atual posição, se ainda fosse estatal", afirmou Agnelli em encontro com jornalistas na Bolsa de Valores de Nova York, nesta segunda-feira (16/10).

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Desde que foi privatizada, em 1997, até junho de 2006, a Vale aplicou 16,5 bilhões de dólares em novos investimentos. Nos últimos quatro anos, a empresa foi responsável por 16 projetos grandiosos nas áreas de mineração de ferro, alumínio e cobre, entre outros. O último foi a inauguração do complexo de Brucutu, em Minas Gerais. Trata-se da jazida de minério de ferro que inicia com a maior capacidade de produção em todo o mundo . Somente no primeiro ano de operação, a mina pode extrair 12,2 milhões de toneladas de minério. Em seu terceiro ano, a capacidade deve estar em 30 milhões de toneladas. Quando a jazida de Carajás iniciou suas operações, há cerca de 40 anos, a produção inicial era de 600 000 toneladas. No terceiro ano de atividade, havia alcançado 23,4 milhões de toneladas. No primeiro semestre de 2006, Carajás produziu 38,520 milhões de toneladas.

O desempenho produtivo e financeiro também foi reconhecido pelos investidores, que contribuíram para a valorização das ações da empresa. Em apenas cinco anos, o valor de mercado da companhia passou de 10 bilhões de dólares para 39,9 bilhões - recorde batido em fevereiro de 2005. "A privatização da Vale foi um bem, em todos os sentidos. A empresa multiplicou investimentos, melhorou seu desempenho, se abriu ao mercado, gerou empregos e ampliou o número de fornecedores", diz Agnelli. "Além disso, o Tesouro Nacional não precisou mais colocar dinheiro na empresa."

Eleições

Segundo o executivo, o panorama para o segundo turno das eleições presidenciais é tranqüilo. Para Agnelli, seja quem for o próximo ocupante do Palácio do Planalto, seu desafio será o de "colocar o Brasil num ritmo de crescimento que reflita o seu potencial".

O presidente da mineradora reconheceu que o atual governo "está fazendo a lição de casa", isto é, mantendo a disciplina fiscal e a estabilidade econômica. O próximo passo é implementar as reformas que patinam há tanto tempo no Congresso - tributária, previdenciária, trabalhista, fiscal. "Qualquer brasileiro que deseje ser presidente tem de fazer o que é esperado", afirma.

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