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Sem falar inglês, ele trabalhou em canteiros de obras nos EUA. Hoje tem um negócio de R$ 1,1 bi

O paranaense Douglas Strabelli é fundador da Sagewood, incorporadora de imóveis de luxo em Nova York e na Flórida. Em 20 anos, ele saiu do zero para o bilhão

Douglas Strabelli, da Sagewood: "Não foi fácil alcançar o sucesso no 'país das oportunidades' como muitos pensam" (Divulgação/Divulgação)
LB

Leo Branco

Publicado em 3 de agosto de 2022 às 10h00.

Última atualização em 4 de agosto de 2022 às 15h48.

O empreendedor paranaense Douglas Strabelli já foi mestre de obras. Hoje, está no comando de um negócio com faturamento anual de 210 milhões de dólares, o equivalente a 1,1 bilhão de reais na cotação atual.

Strabelli é fundador da Sagewood Corporation, incorporadora com base em Nova York e em Miami.

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É, também, um exemplo de empreendedor brasileiro que saiu do zero para conquistar uma reputação num dos setores mais disputados do mundo: o mercado de luxo dos Estados Unidos.

O que faz a Sagewood

Fundada em 2000, como uma recrutadora de mão de obra para pequenas edificações nos subúrbios de Nova York, a Sagewood vem chamando a atenção de brasileiros com muito poder aquisitivo em busca de um investimento em imóveis nos Estados Unidos.

Na lista de obras comandadas pelo time de Strabelli estão:

Quem é o empreendedor

Formado em administração no interior do Paraná, Strabelli saiu do Brasil ainda nos anos 90 para trabalhar como mestre em canteiros de obras da Espanha.

"Foi, sinceramente, o que apareceu pra mim naquele momento", diz ele. "Aprendi fazendo."

De lá, com alguma experiência na lida com pedreiros, pintores e outros profissionais dos canteiros, Strabelli foi para os Estados Unidos em busca de projetos mais parrudos — e cheques também.

O início foi trabalhando em conjunto com empreiteiros americanos fazendo o básico: contratando mão de obra, monitorando o trabalho dos profissionais e por aí vai.

Nesta época, ele não falava inglês. "Não foi fácil alcançar o sucesso no 'país das oportunidades' como muitos pensam", diz ele. "Para além da barreira linguística, eu tinha pouco capital guardado."

Qual é o nicho explorado por Strabelli

Entre aulas do idioma e a ‘ralação’ do dia a dia para juntar capital, Strabelli percebeu um fato por trás do nicho explorado por ele nos anos seguintes: o modo construtivo padrão dos Estados Unidos é um tanto diferente do usual no Brasil.

"Os americanos constroem muita coisa em drywall e em outros materiais cuja montagem é mais rápida, mas a duração pode ser inferior ao usual no Brasil, onde a parede em concreto segue sendo o padrão", diz ele.

"Isso dá uma insegurança danada para os brasileiros interessados em construir algo em solo americano e sem muita gente a quem recorrer na hora de pedir uma obra do jeito que eles estão acostumados a ver por aqui."

Por que a Sagewood cresceu

Desde então, Strabelli cresce na cola da pujança da comunidade brasileira nos Estados Unidos.

É um público que só aumenta com as incertezas à frente para a economia do Brasil por um lado. E, por outro, pela taxa de juro mais convidativa para investir em imóveis.

Em duas décadas, foram cerca de 350 projetos erguidos nos estados da Flórida e de Nova York, o equivalente a 444 mil metros quadrados de área construída.

Algo em torno de 1.200 pessoas trabalham para a Sagewood.

Atualmente, os olhos de Strabelli estão voltados para o mercado imobiliário de Miami, metrópole americana que se consolidou como uma espécie de capital informal dos negócios da América Latina.

Para onde vai a Sagewood

Depois das construções de altíssimo padrão, o foco da Sagewood está em imóveis voltados a uma classe média disposta a ter um pezinho nos Estados Unidos — ou investir sem gastar muito.

De acordo com dados da associação de corretores de imóveis Florida Realtors, estrangeiros compraram 12 bilhões de dólares em imóveis em 12 meses até julho do ano passado.

A aposta é um conjunto de prédios no bairro de Ojus, em Aventura, cidade a oeste de Miami.

São dois formatos para atender investidores de perfis diferentes:

O Valor Geral de Vendas (VGV) dos empreendimentos deve superar os 250 milhões de dólares.

O próximo passo de Strabelli é convencer gringos a investirem no Brasil. “Para isso, vai ser necessário um bom trabalho de marketing. Há ainda muita desconfiança do estrangeiro, boa parte dela injustificada, sobre o mercado imobiliário brasileiro”, diz ele, que esteve recentemente em São Paulo prospectando negócios.

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