Schincariol investirá R$ 600 milhões em novas fábricas e marketing

A Schincariol começou o ano anunciando reforços para bater as concorrentes naguerra das cervejarias brasileiras. A empresa investirá 600 milhões de reais na expansão da capacidade produtiva e em iniciativas de marketing. Cerca de metade dos recursos será aplicada na construção de duas fábricas para fortalecer a presença do grupo nas regiões norte e centro-oeste do país. A empresa também iniciará os estudos de viabilidade técnica e comercial para a possível construção de fábricas no Ceará e em Minas Gerais. No ano passado, os projetos de ampliação produtiva receberam 294 milhões de reais.

A primeira planta a entrar em operação será a de Benevides, a 20 quilômetros de Belém (PA). A unidade começará a funcionar em julho e abastecerá os mercados do norte e nordeste do país. No final do ano, será a vez da unidade de Três Lagos, no Mato Grosso do Sul, iniciar suas atividades. A fábrica atenderá o centro-oeste.

Segundo a empresa, as duas fábricas elevarão a atual capacidade instalada do grupo para 3 bilhões de litros por ano, contra os atuais 2,1 bilhões. Em menos de oito anos, a Schincariol inaugurou cinco fábricas: Alagoinhas, na Bahia (1997); Macacu, no Rio de Janeiro (2000), Caxias, no Maranhão (2002), Alexânia (Goiás) e Recife (Pernambuco), ambas em 2003.

Após o carnaval, a empresa deve inaugurar oficialmente a unidade de Igrejinha, no Rio Grande do Sul, que já está em operação. A planta fornece cerveja para Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de contribuir para as exportações do grupo.

Resultados

A Schincariol também anunciou, nesta quinta-feira (20/1), que obteve um lucro operacional de 83 milhões de reais, contra prejuízo de 12 milhões no ano retrasado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou 162 milhões de reais, cifra 230% maior que a de 2003.

O faturamento cresceu 58% e atingiu 2,54 bilhões de reais. Segundo o superintendente do grupo, Adriano Schincariol, o incremento de vendas deve-se ao reposicionamento da empresa no mercado nacional, a partir do lançamento da cerveja pilsen Nova Schin, em 2003. "Fizemos a aposta certa", afirma. A divisão de cervejaria respondeu por 80% do faturamento do grupo (cerca de 2,017 bilhões de reais). O restante veio da área de não-alcóolicos.

A Schincariol vendeu 1,42 bilhão de litros de cerveja no ano passado, quando o consumo brasileiro atingiu 8,5 bilhões de litros, de acordo com o Sindicerv entidade que representa as cervejarias do país. Para 2005, a companhia espera elevar as vendas em 15%.