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Sadia e Kraft Foods se unem para fabricar e vender queijos no Brasil

Parceria envolve a distribuição dos produtos da Kraft no país, antes a cargo da Batavo, controlada pela rival Perdigão

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A Sadia e a Kraft Foods, uma das gigantes mundiais do ramo de alimentos, anunciaram nesta segunda-feira (28/4) a criação de uma joint-venture para a fabricação e comercialização de queijos no país. A companhia americana deterá 51% da nova empresa, e a Sadia, os restantes 49%. A parceria nascerá com um investimento inicial de 30 milhões de reais, e receberá, também, as instalações fabris e maquinários que a Kraft já mantém em seu complexo industrial de Curitiba (PR).

A expectativa é que a sociedade inicie as operações na segunda quinzena de agosto. Nos 12 meses seguintes, deve gerar uma receita de 40 milhões de reais. Em cinco anos, os sócios esperam alcançar um faturamento anual de 300 milhões de reais. A joint-venture fabricará e venderá os queijos atualmente produzidos com a marca Sadia e Philadelphia, da Kraft Foods. A empresa também terá uma diretoria própria. "Foi o modo que encontramos para explorar um mercado com forte crescimento, mas sem nos desviar do foco da Sadia, que são as carnes", afirma o presidente da companhia, Gilberto Tomazoni.

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O mercado de queijos Premium, segundo o executivo, movimenta 1,5 bilhão de reais por ano no país, dentro de um mercado total de 8 bilhões de reais, que envolve queijos menos sofisticados. A taxa anual de crescimento do segmento Premium no país, de acordo com a consultoria EuroMonitor, é de 5%. Pelo acordo, a nova empresa, ainda sem nome, pagará royalties às suas controladoras pelo uso das marcas em seus produtos. Também poderá lançar produtos próprios.

No ano passado, a Sadia registrou uma receita de 9,8 bilhões de reais. Tomazoni admite que o mercado de queijos é "muito pequeno" na estrutura da empresa. Mas afirma que a joint-venture é um modo de explorar um nicho que demanda produtos sofisticados, "onde a inovação e a qualidade fazem diferença". "E, com uma diretoria própria, não vamos perder o foco do negócio da Sadia", diz.

Abrangência nacional

Para a Kraft, a parceria também será um modo de ampliar o alcance de seus produtos no Brasil. Nos últimos 36 meses, a distribuição dos queijos da Kraft foi feita pela Batavo, empresa controlada pela Perdigão, a arqui-rival da Sadia no mercado de carnes processadas. "Foi uma fase de aprendizado, e nossa relação com a Batavo sempre foi muito boa. Mas, agora, mudamos o modelo de parceria, envolvendo também o desenvolvimento de novos produtos", diz Mark Clouse, presidente da Kraft Foods no Brasil.

Segundo Clouse, a parceria com a Sadia traz várias vantagens. Na ponta da distribuição, a sociedade ampliará o alcance dos produtos, antes concentrados nas regiões Sul e Sudeste. Agora, a distribuição terá abrangência nacional, diz o executivo. Outra vantagem é o conhecimento do mercado local e das necessidades dos consumidores. "Essa expertise contribuirá para desenvolver novos produtos", diz.

A parceria envolve apenas o mercado brasileiro. Não há intenção, de acordo com Clouse, de pegar carona na internacionalização da Sadia para alcançar outros países. "A Kraft é uma das maiores companhias do mundo. Já temos presença global", justifica. Também não há planos de mudar a estrutura societária. A Sadia, por exemplo, descarta passar a sócio majoritário do negócio. "Isso não está nos nossos planos", diz Tomazoni, presidente da empresa.

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